JORNALISTAS AFIRMAM NUNCA TEREM VISTO UMA CAMPANHA TÃO “SUJA”

Jornalistas experientes que cobrem o setor de política há décadas e contam com boas fontes de informações, por dever de ofício, têm manifestado nunca terem visto uma campanha tão “suja”, seja por ofensas pessoais entre os adversários ou mentiras descaradas .

De um ponto de vista mais amplo e desvinculado de afetações partidárias míopes, está havendo um acúmulo de sujeira, como tempestades de areia no deserto que encobrem extensas áreas e provocam cegueira naqueles que estão desprotegidos dessa influência nefasta.

Mais especificamente, o que restará ao país depois que passar a nuvem tenebrosa, já que o andamento dos fatos não permite antecipar resultados, apesar das pesquisas de tendências eleitorais que flagram o momento em que são elaboradas ou especulações adivinhatórias.

Quem poderia imaginar, no jogo entre Corinthians e Flamengo, que, naquele exato momento, na disputa em pênaltis, um único chute forte e nervoso fizesse a bola sobrevoar a trave e definir o campeão?

Nos encontramos agora em situação similar, guardadas as devidas proporções. O jogo será decidido no domingo como fato matemático. Milhões de brasileiros entrarão em campo e em vez de pés utilizarão as mãos e o apito final para cada jogada individual será representado pela palavra FIM em uma tela digital.

Assim como no primeiro turno não houve contestação dos resultados, por que deveria haver no segundo, não importam os votos obtidos por Bolsonaro e Lula?

As regras eleitorais não são universais e válidas como manifestação da vontade da nação? O segundo turno não é um afunilamento previsto e também resultante, depois de filtrados os demais candidatos, da decisão da maioria dos eleitores? Afinal, isso não faz parte do processo democrático?

Por que temer, como manifestam alguns, um eventual rompante insólito em um país continental de 215 milhões de indivíduos que falam o mesmo idioma e se identificam como brasileiros, fraternos, ligados também por heranças genéticas e culturais?

Será que o temor não passa de alucinação política gerada pela má-fé de personagens inseguros quanto ao próprio futuro, mas capazes de encenar uma ridícula farsa para pessoas incautas? (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *