IBIÚNA VIVE DIA DE BARULHO “INFERNAL” NA ÁREA DE LAZER

Uma competição de som e carros rebaixados realizada neste domingo (22) na Área de Lazer, no centro da cidade, provocou uma onda de postagens de indignação nas redes sociais e reclamações feitas à Guarda Civil Municipal.

Com decibéis nas alturas estratosféricas, os sons estridentes foram ouvidos a mais de seis quilômetros de distância do local da competição.

A regra, segundo nos informou uma autoridade é: “Quanto mais alto o som, mais chances tem o participante de vencer”, o que explica a explosão dos ruídos.

“Abriram a porta do inferno hoje na Área de Lazer”, publicou uma senhora num meme ilustrado com chamas. “Uma vergonha”, postou o presidente do Conseg em Ibiúna, engenheiro Marcelo Zambardino, que nesta segunda-feira irá protocolar um documento que levará ao Promotor de Justiça em forma de denúncia.

Irônico, um radialista escreveu: “Mais um evento cultural e esportivo com a cara de Ibiúna”, ilustrado por quatro figurinhas com rostos perplexos.

“As pessoas estão desesperadas, não agüentam mais!”, escreveu uma senhora. Outra: “O som é altíssimo, insuportável!”

Ouvida por vitrine online, uma autoridade da GCM que também considerou um absurdo o campeonato pelo desconforto provocado em grande parcela da população num dia destinado ao descanso, informou que nada poderia ser feito porque a Prefeitura deu licença para que o evento ocorresse.

Segundo postagem do presidente do Conseg no WhatsApp, a licença autorizando a realização do evento teria sido dada pelo secretário de Rendas, Valter Barbosa.

Certamente, ainda que autorizado, o volume do som contraria os limites toleráveis de decibéis, estabelecida em lei municipal.

Ironicamente teve início há duas semanas uma campanha encabeçada pelo Conselho Municipal de Turismo – Comtur e GCM exatamente com o objetivo de coibir a perturbação do sossego. Uma faixa da campanha apresenta os seguintes dizes: “Não perturbe. Evite ser multado.”

Atualização: O Hospital Municipal de Ibiúna e a Casa Santa Rita, que se dedica ao acolhimento de idosos, estão distantes cerca de 800 metros do local da competição.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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