IBIÚNA – IDOSO É QUEIMADO VIVO NO BAIRRO DA CACHOEIRA

Um dos mais cruéis crimes já noticiados no município de Ibiúna ocorreu no último domingo (19), por volta das 20h, no bairro da Cachoeira, onde houve intensa repercussão.

Jorge Salustiano Santos, de 66 anos (foto), dormia sob uma espécie de barraca ou capota de lona de algum veículo, quando seu corpo tomado pelas chamas estava sendo queimado vivo.

O suspeito de atear o fogo, um homem de 66 anos conhecido como Zé Pretinho, havia cedido um espaço do seu terreno para a vítima morar, e admitiu na Delegacia de Polícia ter cometido o delito.

A autoridade policial pediu prisão temporária do investigado que foi deferido. O mandado de prisão foi prontamente cumprido e o suspeito preso e colocado à disposição da Justiça.

CORPO EM CHAMAS

Desesperado, Jorge, como é mais conhecido, saiu correndo em chamas na estreita e esburacada rua Adilson Ribeiro de Vasconcelos aos gritos pedindo socorro. Os vizinhos aflitos procuraram ajudar.  Segundo sua filha mais velha, até mesmo chegaram a jogar água em seu corpo, em vão.

Logo chamaram o resgate do Samu e do Corpo de Bombeiros que chegaram ao local e levaram Jorge ao Hospital Municipal de Ibiúna, onde ele veio a óbito, devido à gravidade dos ferimentos.

Sua filha disse a vitrine online que 95% do seu corpo sofreu queimadura e que as partes mais atingidas foram sua cabeça, braços e mãos.

A casa de blocos do suspeito e (no círculo) o que restou da barraca ou capota onde Jorge morava

VIZINHOS

O repórter de vitrine online e da TVUNA esteve no local na tarde de hoje (21) e conversou com vizinhos que descreveram Jorge como uma pessoa pacata, gente boa, respeitador, que não causava nenhum problema. Pelo contrário, compadecidos com a sua situação até chegaram a oferecer uma casa para ele morar, e lhe serviam refeições.

Jorge teve quatro filhos e desde que se separou de sua mulher há mais de 20 anos, decidiu viver na rua. As filhas tentaram fazer com que ele morasse com elas, mas ele preferia mesmo viver do seu jeito perambulando para lá e para cá, conversando habitualmente com amigos nos bares existentes no bairro.

O QUE DIZ A POLÍCIA

A Polícia Civil de Ibiúna informou vitrine online que apesar de o fato ter acontecido na noite de domingo, a família somente registrou boletim de ocorrência ontem (20), depois que Jorge foi a óbito.

A Delegacia de Polícia enviou uma equipe de investigação ao local para dar início às investigações, localizando o local exato do crime, rodeado de mato e árvores e constatou que “o espaço estava todo queimado”.

Ainda em vida a vítima terá dito que o “responsável pelo fogo seria um vizinho”.

O suposto autor do crime, um senhor de 66 anos, que segundo os vizinhos ouvidos pela vitrine online tem dificuldade de se movimentar, além de ter as mãos trêmulas, declarou à Polícia que na noite anterior Jorge havia chegado embriagado em seu barraco e que pediu a ele que “fosse para o seu lugar” [na barraca próxima, no meio do mato].

Os investigadores da Delegacia de Ibiúna constataram que “tudo estava queimado”

Nesse momento, ainda de acordo com o depoimento feito pelo suspeito à Polícia, Jorge teria passado a ofendê-lo, mas acabou saindo do local.

O autor afirmou que se sentiu muito ofendido, pois não era a primeira vez que isso acontecia, tendo até mesmo ofendido a sua mãe. Assim, logo depois, ateou fogo na barraca em que se encontrava Jorge.

SUSPEITA DOS VIZINHOS

Vizinhos disseram que conhecendo o autor, “um homem de idade com dificuldade de locomoção e mãos trêmulas”, não teria agido sozinho e sim com a ajuda de um homem conhecido no bairro.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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