IBIÚNA – PROFISSIONAIS DOS 16 POSTOS DE SAÚDE ESTÃO SEM PAGAMENTO DESDE OUTUBRO

Sem receber pagamento desde outubro, funcionários da empresa terceirizada MedLife [enfermeiras, técnicas de enfermagem e auxiliares de enfermagem, pessoal de limpeza e recepção –71 pessoas no total] compareceram na manhã de hoje (26) na Câmara Municipal, a fim de pedir apoio dos parlamentares para que a Prefeitura regularize os pagamentos.

Eles trabalham nos 16 postos de saúde que funcionam no município.

Representantes do Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região – SUEESSOR e do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, Ana Lúcia Firmino, os acompanharam em frente ao Paço Municipal, onde houve uma reunião para decidir sobre medidas judiciais a serem tomadas, incluindo uma possível greve, no caso dos representados pelo sindicato de Osasco e Região.

Os líderes sindicais informaram que os trabalhadores estão com seus salários, FGTS e férias atrasados e que a Prefeitura recolhe, mas não deposita o FGTS dos funcionários há mais de 2 anos.

Tenso diante da presença dos profissionais, o secretário de Governo, Tiago Albertim, recebeu o vice-presidente e o 1º secretário do SUEESSOR, Juarez Henrique e Amilton Moura, e desceu com eles até a porta principal da Prefeitura.

“A intenção do prefeito é realizar o pagamento, mas nós estamos dependendo da aprovação de uma dotação orçamentária extraordinária no montante de R$ 6,5 milhões, cujo projeto foi encaminhado à Câmara Municipal”, disse Albertim.

Moura reagiu enfático dizendo que “é mentira, nós estamos cansados de mentiras, e lembrou que os atrasos são contínuos e que desde 2022 a Prefeitura recolhe, mas não deposita os valores relativos ao INSS dos profissionais”.

A folha de pagamento dos funcionários dos postos de saúde gira em torno de R$ 600 mil/mês.

Os profissionais que atuam nos 16 postos de saúde de Ibiúna, realizando um importante atendimento aos moradores nos bairros rurais, estão trablhando sem receber desde outubro.

PREFEITURA ERROU

Ocorre que o projeto de lei da Prefeitura reivindicando a dotação orçamentária extraordinária nem mesmo chegou a ser discutida em plenário, pois, na avaliação preliminar, não há clareza e/ou especificidade no uso dos recursos que seriam destinados genericamente à “manutenção do Hospital Municipal”.

Esse pormenor, por si só, elimina a possibilidade do uso de parte dessa verba para pagamento atrasado dos profissionais dos postos de saúde. Os vereadores, para apreciarem e votarem o projeto, precisam de informações sobre a destinação, se será para efetuar pagamentos de funcionários, ou aquisição de equipamentos ou alguma reforma.

Por isso, depois que o secretário de Governo voltou ao gabinete do prefeito, ele encaminhou uma mensagem ao vice-presidente do SUEESSOR informando que a Prefeitura iria enviar um novo projeto visando a obter dotação específica para efetuar o pagamento do pessoal que trabalha nos postos de saúde.

SEM AMIGO SECRETO

O repórter de vitrine online e da TVUNA, que veiculou notícia ao vivo do local, ouviu várias histórias sobre os problemas vividos por essas profissionais. Uma delas chegou a dizer que sem pagamento não poderia nem participar da confraternização de amigo secreto.

Na verdade, se o pagamento não vier logo, assim como o 13º que pode estar sujeito à mesma problemática, terão um Natal e uma Passagem de Ano de grandes dificuldades financeiras.

“A gente trabalha, ama o que faz pela população. Não é justo não receber nossos pagamentos. Garanto que eles [referindo-se às autoridades] continuam recebendo seus salários normalmente.”

É complicado também entender que a justificativa do projeto de dotação orçamentária seja atribuída a excesso de arrecadação municipal, como vitrine online apurou.

“Uma vergonha”, comentou uma das centenas de telespectadores da TVUNA que visualizaram a transmissão ao vivo.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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