PONTES INVISÍVEIS: COMO AS DIFERENÇAS CULTURAIS IMPACTAM A COMUNICAÇÃO GLOBAL?

O que acontece quando diferentes culturas se encontram em uma sociedade cada vez mais conectada? A cultura, representada um conjunto de conhecimentos, tradições, crenças, costumes e hábitos, define e distingue cada grupo em todo o mundo. Cada cultura tem suas peculiaridades – o idioma, a culinária, os hábitos, a música e as artes –, formando pontes invisíveis que interligam os indivíduos, mas que também podem dar origem a conflitos e mal-entendidos.

No dia a dia, a influência cultural acontece por meio de livros, jornais, filmes, séries e outras formas de mídia. No entanto, a convivência com pessoas de diferentes culturas pode levar a choques culturais, principalmente no contexto das relações internacionais e da expansão das fronteiras comerciais e sociais. Um estudo conduzido pela Fundação Dom Cabral, no ano de 2023, revelou que 68,9% dentre 237 empresas que atuam no exterior planejam entrar em novos mercados, o que reforça a tendência de continuidade do crescimento internacional das empresas brasileiras. Esse movimento reforça a relevância da comunicação intercultural em contextos globais.

As diferenças culturais impactam a comunicação entre pessoas e organizações em diferentes áreas de atuação, como a saúde, o turismo, os negócios entre outras. Imagine médicos atuando em comunidades estrangeiras. Em muitos casos, não são apenas os termos técnicos que diferem, mas também os costumes e regulamentações de cada país, afetando o tratamento e o atendimento aos pacientes. Os gestos e comportamentos também variam – um simples ato de apontar pode ser interpretado de maneiras distintas, como o uso de dois dedos para indicar uma direção em lugares turísticos como a Disney, onde se busca acomodar visitantes de diversas nacionalidades sem ofender.

O impacto é ainda mais evidente nas interações sociais. A cultura brasileira, por exemplo, é conhecida por sua espontaneidade e afeto, com demonstrações públicas de carinho. Em contraste, culturas orientais, como a japonesa, tendem a valorizar a formalidade e o respeito aos mais velhos, costumes transmitidos desde a infância. Essas diferenças, que podem parecer pequenas, afetam profundamente as interações e a forma como as pessoas se sentem acolhidas ou respeitadas em um ambiente multicultural.

Diante desse cenário, como culturas distintas podem interagir harmoniosamente? A construção de “pontes invisíveis” entre diferentes tradições e costumes depende, antes de tudo, de uma postura de aprendizado. Com o avanço da tecnologia e o rápido acesso à informaçãono mundo globalizado, educar-se sobre culturas diversas tornou-se mais acessível e mais necessário.Além de uma fonte de crescimento mútuo, entender as particularidades culturais e promover o diálogo intercultural é uma competência indispensável para profissionais de várias áreas.

Sabrina Arantes de Oliveira

Estudante de Relações Internacionais da Universidade de Sorocaba

Bolsista do Programa de Bolsas de Extensão da Universidade de Sorocaba (Probex)

Ana Cristina Piletti Grohs

Docente do curso de Relações Públicas da Universidade de Sorocaba

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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