1/1/2025 – IBIÚNA COMEÇA O ANO COM ESPERANÇA NO NOVO GOVERNO MUNICIPAL

A EXCLAMAÇÃO que aparece na imagem reproduzida acima, sobre a fachada do Paço Municipal de Ibiúna, fotografada num sábado ensolarado de novembro de 2024, traduz um oceânico sentimento observado em uma pesquisa (*) de intenção eleitoral manifestado por larga parcela da população ibiunense.

TAL SENTIMENTO se revelou notadamente depois que resultado do pleito foi anunciado oficialmente pela Justiça Eleitoral, causando uma ruidosa manifestação de júbilo pela multidão que se encontrava diante do Cartório Eleitoral localizado na [naquele momento interditada ao tráfego] avenida Maria de La Farina Milani, no centro da cidade.

A PROPÓSITO, e confirmando a hipótese destas linhas, a verdade revelada foi uma vitória consagradora de Mário Pires (Republicanos) por 21.661 votos, em números a maior de todas na história eleitoral do município.

Hoje, 1º de janeiro de 2025, ele assume o Poder Executivo pelos próximos quatro anos para um mandato que se estenderá até 2028, ao lado do vice-prefeito e ex-vereador Naldo Firmino (PRD).

AS COISAS parecem fazer sentido quando se leva em conta a religiosidade do povo ibiunense em um notável hábito cultural de manifestação de fé. É muito frequente se ouvir, no final de um diálogo interpessoal, a exclamação: “Deus abençoe!”.

DESSE MODO, a evocação de Deus é um fato notável e cotidiano no comportamento das pessoas, que vivem estados mentais povoados por uma multidão de sentimentos e de necessidades. Portanto, como se pode compreender, há momentos decisivos em que Deus se torna a única esperança. Assim, há uma hora de pedir a graça e, outra, para demonstrar gratidão por tê-la recebido.

NA PESQUISA mencionada, com apuração de dados pelo método estimulado, foram ouvidas presencialmente centenas de pessoas moradoras na região central e em quase a totalidade das dezenas de bairros rurais.

O FOCO PRINCIPAL foi precisamente descobrir os sentimentos e as necessidades de mulheres e homens aptos a votarem no dia 6 de outubro e, logicamente, as intenções de votos para este ou aquele entre os cinco candidatos a prefeito que concorreram nas últimas eleições.

A PESQUISA REVELOU uma batelada de descontentamento e reprovação do povo em relação à gestão que terminou no dia 31 de dezembro de 2024.

POR QUESTÃO de elegância verbal, não reproduzimos aqui expressões iradas, dirigidas aos mais poderosos personagens do gabinete governamental que deixaram suas salas, mas não apagaram a luz da memória de suas condutas, como se observa em centenas de comentários nas redes sociais.

MESMO APREENSIVAS com eventuais e temidos resultados indesejáveis, as pessoas demonstraram uma fé na mudança pelo voto, comprovando o despertar do senso crítico do povo, flagrado como obviedade.

NO CONTEXTO desse cenário foi possível perceber nitidamente a robusta expectativa de uma mudança que, afinal, aconteceu de fato, como se as pessoas tivessem despertado para uma realidade que precisava ser enfrentada.

SUPOSTAMENTE, terá acontecido o que o teólogo e filósofo Mário Sérgio Cortella declarou em uma de suas palestras recheadas de sabedoria:

“Se nós não nos acomodarmos e nos juntarmos, somos capazes de mudar uma situação, pois não há mal que sempre dure e bem que nunca acabe. Para que isso aconteça, temos, sim, que ter o desejo e partirmos para a ação.” E ação é o motor de toda mudança.

“GRAÇAS A DEUS, temos um novo governo!” – Esta frase foi ouvida, com sutil variação subentendo-se ‘teremos’, incontáveis vezes na voz dos ibiunenses, depois de anunciados os resultados das apurações dos votos. 

ELA REPRESENTA a vontade e a esperança de que o vasto município de Ibiúna terá oportunidade de se despojar da estressante memória de práticas políticas nefastas, para dar lugar à possível felicidade por meio de um humilde reconhecimento das autoridades [incluindo os vereadores] dessa necessidade humana essencial.

ASSIM, cada criatura passa a ser percebida e tratada como ente sagrado, por que é criação do Criador. E não como instrumento para atender a interesses pessoais de poder e enriquecimento por meio de subtrações que ficam imunes às boas práticas universais das ciências contábeis.

HOJE, quando as chaves da porta envidraçada do Paço Municipal forem entregues às autoridades eleitas, Ibiúna terá a oportunidade de começar a escrever um novo capítulo de sua história. Que seja escrito de modo a combater vigorosamente o motivo da desilusão demonstrada há décadas pelo povo em relação aos vícios tradicionais que geram aversão aos políticos e à política, numa percepção invertida do papel da política, criada na Grécia no século VII a.C. com o objetivo de organizar a vida em comunidade.

QUER ACREDITEM, quer não, política é uma invenção humana para promover a felicidade das pessoas.

A IMPRESSÃO GERAL, no entanto, não é isso que aparenta na maior parte do tempo, porque os homens costumam tropeçar nas próprias trilhas que abrem e se confundir e se perder no interior dos labirintos por onde se movem inseguros sem o mitológico fio de Ariadne.

SEU PAPEL amplo também pode ser entendido como modelo e fundamento para o equilíbrio da convivência social, com a atribuição de responsabilidades a instituições cuja função é atender, na melhor das formas, aos interesses e necessidades tanto dos indivíduos per se quanto da coletividade.

A EXPECTATIVA das melhorias a serem entregues ao povo não deve, no entanto, se deter apenas naquele que foi eleito e de sua equipe de auxiliares diretos, mas ser compartilhada por todos os atores sociais [homens e mulheres] com suas cotas de corresponsabilidade.

GOVERNAR UMA CIDADE não depende de bola de cristal ou de varinhas mágicas, e sim de uma humilde capacidade de observar com espanto a realidade como ela é, as pessoas como elas são, respeitar seus direitos fundamentais, cuidar de suas necessidades, e tomar atitudes baseadas em valores consagrados por uma longa história no processo de civilização cujo objetivo central é humanizar a humanidade. Por que não, humanizar a cidade?

EM SUMA, um governante novo tem que ousar ser diferente e buscar soluções criativas para questões persistentes que permanecem intocadas um longo tempo e se naturalizam como obstáculos intransponíveis. Repetir “fórmulas” inócuas e obsoletas será pura perda de tempo e tempo tem tudo a ver com a vida real de um povo. 

Em relação a fatos, a temporalidade também diz respeito à saúde pública, aos meios de locomoção, à estrutura viária, à educação, ao meio ambiente, à segurança dos indivíduos, à transparência dos atos oficiais, ao comportamento ético e moral, ao bem-estar e felicidade dos cidadãos.

SERIA DEMASIADO, assim entendemos, exigir de braços cruzados que apenas um homem faça o que depende de todos, ou pelo menos de muitos. Ou como diz o povo: “Uma andorinha só, não faz verão!”

MAS, JUNTOS, podemos construir nova história de Ibiúna venturosa, abençoada e próspera.

AFINAL, dito de modo simples, não seriam esses os sentimentos e necessidades que estão presentes dentro de cada um de nós?

A COMUNICAÇÃO EFICAZ com transparência e clareza nas informações, certamente será um dos aspectos decisivos que darão sustentação a passos bem-sucedidos da nova administração. Isso porque a expectativa ansiosa por resultados rápidos gerada na mente da população precisará de esclarecimentos inteligentes e sensíveis, uma vez que não se pode ignorar que, ao menos o grupo político, que foi defenestrado do poder, poderá procurar até pelos em ovos para desmerecer e minar a trajetória dos vitoriosos.

É PRECISO COMPREENDER que os novos administradores terão primeiro que conhecer a realidade da herança recebida e, ao mesmo tempo, “colocar a casa em ordem”, a fim de desenharem um mapa que permita estabelecer um plano de ação imediato de ações prioritárias para desobstruir o funil de questões prementes, como a questão da dívida pública. Afinal, a escassez de recursos desidrata o funcionamento e a eficiência da gestão pública.

Ao final da entrevista para a TVUNA e vitrine online novo prefeito e vice, uníssonos: “Dias melhores virão!”

EM ENTREVISTA À TVUNA e vitrine online, logo após serem diplomados em solenidade na Câmara Municipal, no dia 16 de dezembro, Mário Pires e o vice-prefeito eleito, Naldo Firmino, respondendo à expectativa geral, declamaram com a mesma entonação vibrante:

“Dias melhores virão!”

E é exatamente essa predição que renova a esperança do povo. A nossa expectativa, como profissionais da imprensa, é que possamos publicar alvíssaras, termo de origem árabe que significa ‘boas notícias’.

Aliás, a palavra esperança vem do latim e se traduz como ‘confiança em algo positivo’. (C.R.)  

(*) Pesquisa nos moldes do jornalismo investigativo realizada por vitrine online e TVUNA

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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