POPULAÇÃO JÁ COMEÇA A TORCER O NARIZ PARA OS POLÍTICOS
A escuta para compreender o que outro está dizendo é fundamental nas relações interpessoais. Saber ouvir para além de pré-julgamentos ajuda a interpretar com mais fidelidade a percepção do mundo onde convivemos.
Feita essa consideração, vamos em direção ao que originalmente inspirou estas linhas.
A pergunta é: como a população de Ibiúna está percebendo e avaliando os políticos ibiunenses – para o Executivo e Legislativo – já se completando sete meses após terem sido eleitos.
É preciso advertir os leitores que as constatações aqui apresentadas requerem uma pesquisa para serem referendadas com base na ciência aplicada ao métodos estatísticos.
No entanto, não se podem desprezar os sinais que as pessoas manifestam e apontam um notório descontentamento em seus comentários espontâneos no dia a dia como sintomas de um fato social de desaprovação de condutas.
Assim, com base no que temos ouvido das pessoas, é possível perceber o início de um processo de decepção em relação aos políticos eleitos, tanto no âmbito do Executivo quanto no Legislativo.
Ao comentar com um jovem reeleito esse fenômeno, ele reagiu dizendo que ainda é cedo para fazer uma avaliação.
Observei que o processo da decepção já se mostra evidente com declarações populares bem claras e com tendência de se expandir como ondas cada vez mais extensas à medida que percebem a falta de ações concretas e transparentes em todos os setores de responsabilidade pública.
As pessoas empoderadas, não importa o grau de instrução que tenham, estão sujeitas, como todos nós, àquilo que se denomina ponto cego, simplesmente porque não conseguem enxergar simultaneamete a complexa rede de relacionamentos, interesses, necessidades e expectativas à que estão sujeitos no jogo político.
Por isso mesmo, precisam abrir a mente, despertar e reconhecer seus limites com humildade, valor este muitas vezes esquecido para aqueles que são picados pela mosca azul do poder.
Percebo, sim, com base nos depoimentos que tenho escutado por aí, que há um descontentamento nítido de uma parcela da população com os políticos que elegeram/reelegeram em 2024.
Parece estar havendo uma incongruência entre as ações, que se identificam por serem dotadas de objetivos, com os comportamentos, públicos e privados, que se constituem de atitudes de caráter genérico, mais voltados para o marketing político.
Tomara que o fio de esperança que pode estar se esgarçando de modo um tanto sutil, não venha se romper por falta de aviso, o que nos levará inexoravelmente aos hábitos do passado de triste lembrança. (Carlos Rossini é diretor da TVUNA e editor de vitrine online)
