EDUARDO ANSELMO DIZ QUE DIFICULDADES O ENSINARAM A OLHAR PARA A FRENTE

Aparentemente mais tranquilo, confiante e sorridente, o prefeito Eduardo Anselmo concedeu hoje sua primeira entrevista coletiva desde que tomou posse no dia 1º e voltou ao cargo no dia 6. Disse que entre as coisas que aprendeu, em meio a fatos bons e ruins, foi “olhar para frente e deixar para trás o que passou”. Afirmou ainda que anunciará seu secretariado no dia 2 de janeiro e que alguns remanescentes da equipe anterior não necessariamente voltarão para a mesma função. Já estão certos os secretários das Finanças, Leandro Silva, responsável por atos que não podem ser adiados; Ronaldo Perrucci, Negócios Jurídicos e interino de Administração; Jamile Tanaka, Turismo; Adal Marcicano, Esportes e interino de Educação.

Pela segunda vez, a primeira quando tomou posse no cargo de prefeito na Câmara Municipal no dia 6, agora (13) em seu gabinete, em entrevista coletiva à imprensa, Eduardo Anselmo fez questão de dizer que não lhe cabia nenhuma responsabilidade na suspensão do mandato do ex-prefeito Fábio Bello. Passou a palavra ao seu secretário de Negócios Jurídicos, dr. Ronaldo Perrucci, para que explicasse que a decisão da Justiça (STJ) se deveu a uma ação do Ministério Público de São Paulo relativa a um processo por improbidade administrativa. A decisão tomada em junho pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE que legitimou a candidatura de Bello, e garantiu sua posse no dia 6 de setembro, vinculava a manutenção dessa decisão ao julgamento do STJ, que acabou condenando Bello. “O STJ enviou um telegrama com seu julgamento ao juiz eleitoral de Ibiúna que, por sua vez, suspendeu suas decisões anteriores e determinou a diplomação e posse de Eduardo Anselmo”, disse o secretário. Perguntado se a permanência do prefeito reempossado no governo está 100% garantida [isto é, se Bello pode voltar, já que seus advogados podem utilizar os recursos dos embargos de declaração e recorrer ao STF], dr. Perruci respondeu: “Se respondesse de outra forma não estaria sendo correto. Não está 100% garantida.” Nessa altura, o prefeito interveio: “Nós não vislumbramos essa possibilidade nesse momento”.

A primeira entrevista coletiva de Eduardo Anselmo foi aberta com o tema política. Em seguida, entrou em foco o crime Ambiental ocorrido com a devastação de uma área de 130.000 m2 de mata nativa, na altura do km 67 da Rodovia Bunjiro Nakao, em Ibiúna, que causou perplexidade e tristeza em toda a população. Coube ao engenheiro florestal Fernando Salles Rosa, novo secretário do Meio Ambiente, comentar os pormenores que se encontram em um processo que correrá tanto na esfera cível quanto criminal. O prefeito assegurou que irá fazer de tudo para que a Justiça se cumpra e os responsáveis paguem pelo que fizeram.

Sobre a situação encontrada na prefeitura, depois de três meses em que esteve fora do governo municipal, Eduardo disse que o que foi feito nesse período ele jamais teria feito, para evitar danos maiores e atos ilegais. E perguntou: “Cadê aquela pilha de processos que o ex-prefeito mostrou em uma entrevista coletiva? Foram todos levados embora. Isso é crime e meu papel é abrir sindicâncias. Nem mesmo tenho o contrato celebrado com a Viação Raposo Tavares, depois que houve rescisão com a Viação Cidade.”

A pedido do prefeito, o secretário das Finanças, Leandro Silva, fez um breve comentário das contas bancárias, concluindo que “estão nos números que deveriam estar”. Disse que seu setor se dedica no momento a fazer a conciliação bancária que parou em agosto e cotejar empenhos para consolidar os pagamentos devidos e os realizados.

Coincidentemente, o vice-prefeito Adal Marcicano também repetiu o que dissera na posse na Câmara Municipal: “Temos que ter humildade e compreender o momento difícil por que estamos passando. O melhor não é o aplauso de agora, mas aquele que vier quando concluirmos nosso mandato e tivermos feito um bom governo.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.