DOCILIDADE DA CÂMARA MUNICIPAL DEVERÁ AJUDAR AÇÕES DO ATUAL PREFEITO DE IBIÚNA

A menos que algo excepcional aconteça – e isso parece estar fora de cogitação porque o que conta mais é o mecanismo de autoproteção individualista, a Câmara Municipal, sob a presidência do vereador Abel do Cupim (Solidariedade), manterá uma posição de docilidade em relação ao Executivo.

Abel, antes de ser eleito presidente da edilidade, havia pedido discussão ante uma moção apresentada pelo vereador Paulo Sasaki (PTB) em homenagem ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, pelo seu decisivo e marcante papel desempenhado no caso do mensalão, ao ser orientado pelo petista e então presidente da Câmara, Carlinhos Marques. Abel admitiu que agiu assim por questão de “fidelidade” ao seu grupo político, mas que era favorável à aprovação da moção. Condutas dessa natureza servem para avaliar as características de um político. Mas, segundo um jornal local, Abel teria se saído bem na primeira sessão da Câmara este ano, quando foram aprovados diversos aumentos a servidores públicos.

Em relação aos demais doze vereadores, tirando os três mosqueteiros que resistem aos aliados ao atual prefeito Eduardo Anselmo (PT), espera-se mesmo uma conduta dócil aos projetos apresentados pelo Executivo, ainda que possa, no andamento da carruagem, haver a sempre possível questão de ciúme em relação a agraciamentos que possam beneficiar mais uns do que outros. O fiel da balança, no caso, continua sendo o vereador Carlinhos Marques que tem se revelado um precoce político profissional, com as peculiaridades que marcam esse personagem na vida pública.

Um empresário ibiunense comentou dias desse: “Você viu como os vereadores estão calminhos e tranquilos?” E lançou um olhar de malícia sugerindo um possível significado para essa observação: estariam sendo atendidos em seus desejos e necessidades para exercerem seus mandatos, sem nenhuma queixa a apresentar.

O efeito esperado desse cenário é que o atual prefeito, assim, poderá governar com ventos favoráveis para executar seus projetos, sem nenhum estorvo em seu caminho, o que, de fato, aumentar sua responsabilidade na demonstração de competência político-administrativa, até agora prejudicada pela própria instabilidade política inédita na história política de Ibiúna. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.