MENINGITE – UM ÓBITO E UMA SUSPEITA DE CONTÁGIO PÕEM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE IBIÚNA EM ALERTA

A aluna de 10 anos, que estudava no Colégio Objetivo, no município de Ibiúna, teve a morte, ocorrida no dia 19 de novembro, confirmada por meningite meningocócica tipo “C”; ainda sem confirmação, outra menina, de 9 anos, da Escola Municipal do Bairro Sara Sara, no Verava, foi internada, sob suspeita de contágio, no Hospital Regional de Sorocaba. Estes dois fatos puseram a Vigilância Epidemiológica de Ibiúna em estado de alerta. “Mas, neste momento, não há motivo para alarme, pois, para que haja e seja caracterizado um surto da doença, seria necessário que houvesse o registro de três casos confirmados”, declarou sua diretora, Sandra Toledo, à vitrine online hoje (1º) à tarde.

Já houve bloqueio na sala onde a menina estudava no Objetivo. Ainda hoje, a diretora da escola Sará Sará, Djenane Granjeiro Silva, estava reunida com Sandra Toledo para organizarem a realização de bloqueio preventivo na sala onde estuda a garota.

A diretora da Vigilância Epidemiológica informou que a aluna do Objetivo apresentou um quadro de febre dez dias antes de entrar em contado com a bactéria, que a levou à morte em vinte e quatro horas. Todas as crianças da mesma sala receberam o medicamento Rifampicina que destrói as bactérias que se encontram na orofaringe (boca e garganta).

No dia 28 último, foi ministrada uma palestra de esclarecimento e orientação prática dividida em três partes aos pais dos alunos do Colégio Objetivo. Além de Sandra Toledo, participaram o médico infectologista José Amaral Elias, que integra há muitos anos a equipe da Vigilância Epidemiológica de Ibiúna, e a diretora-geral da Vigilância Epidemiológica da Regional Sorocaba, Katia Cristina.

Como nos estoques de medicamentos somente há vacinas para as faixas de 3, 6 e 12 meses, mas não para crianças de mais idade e adolescentes, caso se constate novos casos (pelo menos três, conforme explicou a diretora da Vigilância Sanitária) aí a Secretaria Estadual da Saúde assume o controle e vacinação, mas apenas se ocorrer essa hipótese. “Estamos atentos e daremos todas as informações à população.”

Um médico de São Roque esteve, como atividade profissional privada, no Colégio Country Kid, em Ibiúna, onde ministrou uma palestra, vendeu e aplicou vacina contra meningite nos alunos.

Higiene é fundamental

Uma forma de combater o risco de contrair essa enfermidade é manter um hábito de higiene contínuo, sobretudo lavando e desinfetando as mãos, depois que tocaram objetos ou pessoas, não ingerir água ou outros líquidos em copos plásticos ou de vidro, assim como talheres,  já utilizados por outra pessoa, não roer as unhas pois elas podem ter tocado em bactérias em móveis e objetos de uso pessoal. Os contatos pessoais também podem ser meios de transmissão da bactéria, assim como lanches, e beijos. Lavar as mãos antes de comer usar [água com sabão e cândida] e evitar por as mãos no rosto, principalmente no nariz, na boca e nos olhos, por onde as bactérias penetram no organismo.

“As pessoas não percebem, mas passam as mãos no rosto de 2.000 a 3.000 vezes ao dia, principalmente no nariz, na boca e nos olhos. Como essas áreas possuem mucosas se tornam as portas naturais de contágio”, advertiu Sandra Toledo.

Boatos

Profissionais da saúde do município de Ibiúna mostraram-se indignados com falsas informações espalhadas pelas redes sociais apontando pessoas contaminadas pela doença, como a filha de uma conhecida médica na cidade, que está bem de saúde, e pedem que cessem com esse tipo de manifestação que provoca mal-estar na população desavisada.

 

 

 

 

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.