“IBIÚNA, CRUZES! FUI CITADO POR UM BLOGUEIRO DE MODO PEJORATIVO?”

O fato é real. Um blogueiro ibiunense citou, iracundo, o nome de Teo Pereira para alfinetar um jornalista que atua na cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo, distante setenta quilômetros da capital.  Fez uma comparação, obviamente indevida como ficou esclarecido mais tarde, entre o personagem caricato da novela Império, para depreciar o valor de uma notícia, que o contrariara, também devido a uma interpretação equivocada de uma informação inocente. Bem, o blogueiro depois se desculpou dizendo que nenhuma de suas setas verbais envenenadas tinham fundamento. A desculpa foi aceita. No final, foi divertido!

De repente, no entanto, encontro-me com Teo Pereira na cantina da TV Globo e, claro, nos cumprimentamos e elogio sua interpretação, sobretudo o tom de voz que criou e os trejeitos de um mexeriqueiro manhoso ao criar mil e uma intrigas sociais para se sentir um jornalista digital famoso e respeitado. Claro seu alvo principal só poderia ser o todo-poderoso comendador José Alfredo, dono da Império.

– Sabe, Paulo Betti, ah!, desculpe, Teo Pereira, você sabia que foi citado por um colega seu na cidade de Ibiúna de modo pejorativo, como o rei da fofoca e leviano, para criticar um jornalista local?

– (Risos). Você tá brincando Carlos.

– Não estou não, mas quando ele fez isso não entendi porque, não assistindo a novela, não sabia de quem se tratava. Foi minha mulher que fez a ligação. Ah!, então o caro estava me zuando. Minha inocência, mais uma vez, me salvou.

– Que barato!

– Você nem ligou, né, meu querido?

– Não, claro que não. Achei engraçado.

– Você nem imagina, meu filho, é preciso ser muito macho para interpretar esse papel!

– Mas o personagem é interessante porque levanta a lebre do que acontece no jogo do poder das sociedades empresariais. É chique, meu querido!

– É. veja o caso da Petrobrás. Teo, você já imaginou o que se poderia fazer de bom para o povo brasileiro com as dezenas de bilhões de dólares desviados para bolsos privados de pessoas cheia de pompa e solenidade, de mansões, aviões e carros de luxo e contas vultosas guardadas em paraísos fiscais e na Suíça? O problema da saúde poderia ser completamente resolvido.

– Bem, Carlos, isto não pertence à fala de Teo…

– Entendo, a Globo é rigorosa, né?

– Não, não é isso, é que a corrupção é um problema complexo e exigiria uma conversa mais longa.

– Claro, Teo, claro!

– Bem, Carlos, estou indo para novas gravações, foi um prazer conversar com você e, não se esqueça, mande um abraço forte e carinhoso para os ibiunenses e meus votos de Feliz Natal!

– Mando, sim, Teo. Feliz Natal pra você também.

Teo se foi, permaneci na cantina mais um tempo para terminar de comer um croissant e tomar café com leite bem gostoso.

Como tinha conseguido entrar na Vênus Platinada sem autorização, logo apareceram aqueles caras com jeito de lutador de UFC mal-humorado, usei a prudência de obedecê-los e sai. Já do lado de fora, olhei e fiz uma careta tipo Albert Einstein com a língua de fora pra eles, que riram de volta.

Ainda próximo ao portão, vejo que espera para entrar Isis, a jovem e encantadora amante do imperador.

– Isis, Isis…chamo, mas ela dá a partida e se enfurna na Vênus Platinada.

Nesse momento acordo. Só queria fazer uma reserva no restaurante Vicente!… (C.R.)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.