ELEIÇÕES DE 2016 JÁ MOBILIZAM REDES SOCIAIS DE IBIÚNA PARA SOMAR FORÇA

Dia 26 de dezembro de 2014 – Um novo grupo no plano das redes sociais é lançado em Ibiúna [já conta com mais de 700 integrantes. Seu propósito é de natureza política e sua intenção é clara no título com o qual foi batizado:”EU ACREDITO EM IBIÚNA – 2016”, Tem como símbolo o brasão do município e como objetivo principal “influenciar a campanha política municipal de 2016, dentro do debate democrático”, esclarece seu criador, Carlos Barbosa.

Dia 3 de janeiro de 2015 – Coincidentemente, e decepcionada com as precárias condições das ruas do bairro onde mora, a leitora Goreti Nascimento Vieira escreve para vitrine online, concluído com a sintomática argumentação: “Quem sabe em 2016 alguém aparece por aqui!”

Como se vê os dois fatos se entrelaçam espontaneamente e têm em comum uma insatisfação com a realidade político-administrativa da cidade que é pública e notória. Por isso mesmo, é possível que nas próximas eleições para prefeito, vice e vereadores deverá ocorrer uma intensa atividade e mobilizações nas redes sociais criadas no município. O Facebook deverá ser quente este ano e ferver nas proximidades de outubro de 2016, quando haverá as eleições.

Propósito do Grupo

É exatamente esse o cenário vislumbrado pelo recém-formado grupo que “apontará e fará surgir pessoas anônimas, inteligentíssimas e apaixonadas por Ibiúna e lutará para fazer crescer o sentimento e o desejo das pessoas de bem em militar na política por causas legítimas e humanísticas”, assinala Barbosa.

O grupo tem ainda como propósito contribuir para o fortalecimento da Câmara Municipal e da Prefeitura, a fim de que possam “defender os interesses do município”, assim como tenciona colaborar para que o Executivo possa contar com “um secretariado forte e competente”.

Insatisfação

A leitora Goreti Nascimento Vieira é categórica em seu desabafo: “Revista Vitrine Ibiúna – gostaria de compartilhar minha insatisfação…nós moradores dos bairros Laval2, Laval1, Vila Pitico fomos esquecidos por políticos e prefeitos…nossas ruas já não existem…apenas buracos e crateras…estamos há uma semana sem coleta de lixo. Quem sabe em 2016 alguém aparece por aqui!”

Esse sentimento, na realidade, tem sido observado de modo generalizado entre a população ibiunense, em relação a tudo que diga respeito à gestão da coisa pública como transportes, saúde, educação, estradas, etc. Parece oportuno dizer, como apontou a leitora, que esses problemas já vêm de longa data e só tenderam a piorar, como se pode verificar. Uma situação política atípica e ainda aberta do ponto de vista jurídico deixou para trás muitas esperanças e expectativas geradas nas eleições de 2012. As decepções passaram a se parecer como as ondas do mar, vindo umas atrás das outras, para se esparramar e refluir num movimento de vaivém monótono e apenas isso.

Merece-se o que se tem

É oportuno, no entanto, lembrar que o povo merece o governo que tem, pois cabe a ele, povo, eleger seus candidatos. Se o faz por motivos e interesses pessoais, em troca de algum favor, ou se o faz movido de modo consciente em suas escolhas, isto é o que faz ou pode fazer a diferença.

Há na mente de grande número de pessoas que política é assunto dos outros, dos políticos, mas nada pode ser mais enganoso e prejudicial, pois é exatamente a política que existe para estabelecer um bom ou mau governo. Participar não representa entrar num jogo possivelmente considerado “sujo”, mas assumir a responsabilidade e, de modo consciente, influenciar o rumo dos acontecimentos.  O povo parece ainda não ter descoberto sua função política e tampouco a dimensão do seu poder, possivelmente por ter ouvido mentiras por longo  tempo e desacreditar desses personagens portadores de genomas atípicos e que atendem pelo nome de políticos, quase um palavrão, no Brasil. (C.R.)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.