TRANSPORTE PÚBLICO EM IBIÚNA – UM MÊS DEPOIS DA ENTRADA DE NOVA EMPRESA, POPULAÇÃO SOFRE COM A FALTA DE ÔNIBUS

A demanda pelo transporte público [ônibus] em Ibiúna gira em torno de 450 mil pessoas/mês, tendo como ponto de concentração o Terminal Rodoviário que fica no centro da cidade.  A empresa que era responsável por esse serviço e que foi dispensada no dia 2 de fevereiro operava com 55 unidades entre ônibus e micro-ônibus; a empresa que a substituiu por meio de um contrato emergencial está trabalhando com 42 ônibus, ou seja, 13 a menos. Esse fato está causando uma série de transtornos para a população.

Avaliação feita por vitrine online esta semana mostra que a população continua sofrendo com a supressão de alguns horários e itinerários. Muitos passaram a andar quilômetros a pé, enquanto outros mal conseguem tomar o ônibus, sobretudo no fim do dia, com a volta para casa de estudantes e trabalhadores.

Uma leitora fez um dramático apelo – que vitrine online encaminhou à prefeitura – apontando um conflito diário que ocorre com o ônibus que parte da rodoviária às 18h10 para o bairro do Gabriel, onde ela reside. Esse veículo segue pela marginal, faz o balão na rotatória que tem na entrada da cidade e recebe os alunos dos colégios estaduais Maria Angerami Sacalamandré e Profª Laurinda Vieira Pinto, ambos localizados no Jardim Nova Ibiúna.

Lúcia Rosa pede que a prefeitura providencie que um ônibus saia da rodoviária para o Veravinha às 18h00, além do que parte às 18h25, ou seja que haja mais oferta de lugares na rota do que sai para o Gabriel. Ela explica que este fica lotado, pois pega os estudantes das escolas do centro e trabalhadores que retornam às suas casas. Os estudantes do Capim Azedo que saem escola às 17h50 ficam no ponto, debaixo de chuva como tem acontecido, e não conseguem tomar o ônibus.

Nessa altura o ônibus já superlotado, sem espaço para novas entradas. No caminho, se para em algum ponto há atrito entre os que estão do lado de dentro [na porta traseira] e os que querem entrar, que são mantidos a distância empurrados pelos pés dos que estão embarcados [esta ação é praticada pelos estudantes]. No dia 2, revoltada a leitora filmou a cena e disse que ia mostrar à prefeitura hoje (4), para mostrar atos de selvageria. Os estudantes do Capim Azedo que saem escola às 17h50 ficam no ponto, debaixo de chuva como tem acontecido, e não conseguem tomar o ônibus.

Uma professora municipal informou vitrine online que prefere tomar o ônibus com destino ao Murundu e descer e caminhas 4 quilômetros a pé para chegar a sua casa no Feital, para evitar o que se destina ao Gabriel. “É uma situação desumana submeter-se a esse meio de transporte em Ibiúna”, comentou.

“É incrível como estamos sendo tratados, mesmo com aumento da tarifa do ônibus de R$ 2,85 para R$ 3,20”, desabafou uma dona de casa, sentada à espera da chegada do ônibus com destino a Veravinha.

AJUSTE NECESSÁRIO

Com pouco mais de um mês em atividade é mais do que notória a necessidade de a Viação Raposo Tavares, pertencente à Viação Danúbio Azul, fazer um ajuste entre oferta e demanda dos seus serviços, de modo a melhorar o atendimento ao público. Em que pese o esforço dos seus fiscais que controlam as chegadas e partidas dos veículos no Terminal Rodoviário, que são continuamente abordados pelos passageiros em busca de orientação, há um déficit aritmético simples 42 não são 55 e, nesse caso, não se pode esperar por um milagre, pois trata-se de uma lei da física elementar.

Resta saber o que as autoridades da prefeitura irão fazer já que faz parte de sua obrigação de servir a população de modo qualitativo e que respeite a dignidade dos cidadãos.

Um fiscal disse à vitrine online que o problema é causado também pelos usuários, como é o caso do comportamento dos estudantes, que agem de modo antissocial e “isso foge ao nosso controle”.

COMENTÁRIO OPORTUNO

Após ler esta matéria o sr. Rubens Coelho Ramalho fez o seguinte comentário muito oportuno: “O transporte público de Ibiúna sempre foi uma bagunça. Estudantes viajam juntos com os demais passageiros. Os estudantes não deveriam ter transporte particular?” Aí vai a dúvida [e sugestão] para o secretário de Desenvolvimento Urbano de Ibiúna, Fábio José Rolim Soares.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.