CIÊNCIA – UM BEIJO DE LÍNGUA TRANSFERE 80 MILHÕES DE BACTÉRIAS DE BOCA A BOCA

A Organização Holandesa de Pesquisa Científica Aplicada – TNO observou em estudo que a boca dos seres humanos contém setecentas variedades de bactérias. Também avaliou que um beijo ardente “de língua” é capaz de transferir oitenta milhões de bactérias de boca a boca. É a força fertilizante da paixão?

Mesmo que algumas pessoas possam sentir nojo ao saberem desse fato, na verdade – e felizmente! – essa “troca” de bactérias por meio do beijo  pode ser um modo de se fortalecer o sistema imunológico, se forem considerados dados de outro estudo realizado pelo pesquisador Luiz Carlos Antunes, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, no Rio de Janeiro.

É oportuno lembrar, no entanto, que se devem excluir desses dados as pessoas portadoras de doenças transmissíveis, já que há risco de contaminação.

Segundo a pesquisa, os corpos humanos “são colonizados” por mais de trinta e cinco mil espécies diferentes de bactérias [estão fora vírus e protozoários]. Num único indivíduo pode haver mais de mil espécies. Nossos intestinos são considerados “albergues” de micróbios. Há em nossos corpos dez vezes mais micróbios do que em nossas próprias células, dentro e em nossa pele, que é o maior órgão do corpo.

A enorme quantidade de bactérias que existe em nosso corpo vive em harmonia e auxilia a ação do sistema imunológico. Elas cumprem importantes funções para a nutrição, a produção de vitaminas e a defesa de agentes nocivos. Mas, quando há desequilíbrio entre elas, podem surgir doenças, como alergias, obesidade e outras enfermidades mais graves.

É por isso que as autoridades da saúde passaram a exigir a prescrição em receita dos antibióticos, que, tomados com freqüência, perturba o referido equilíbrio, podendo contribuir para o surgimento de doenças.

Amor e saúde

Então como se vê, somos um enorme conglomerado de micróbios, mas igualmente amamos e o beijo faz parte das histórias românticas e, talvez, seja um dos momentos mais sublimes entre os seres humanos. Mas, lógico que o “Dr. Bactéria” recomendaria ser fundamental manter em dia hábitos de higiene bucal e corporal e de saúde, pois – como já foi dito – quando há desequilíbrio em nossa flora bacteriana, em vez de nutrir o sistema imunológico, estaremos, ao contrário, sendo uma fonte transmissora de doença. (C.R.)

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.