ESPERANÇA MORREU; AGORA SE SABE QUE FOI VÍTIMA DE MAUS-TRATOS DO SEU DONO ANTERIOR

A égua branca que agonizava desde segunda-feira em uma área de lazer próxima ao centro da cidade de Ibiúna morreu hoje (23). Conforme noticiou vitrine online, ela recebeu o nome de Esperança por parte de dois primos que a compraram no sábado, ao que tudo indica para evitar que continuasse sofrendo nas mãos do dono anterior, que reside no bairro do Pavão, na divisa dos municípios de Ibiúna e São Roque.

Ela era mais jovem do que aparentava – segundo disse uma das médicas veterinárias que a examinaram – e isso foi atribuído aos maus-tratos que vinha recebendo.

Esperança estava magra, muito anêmica, desnutrida e apresentava cicatrizes típicas de quem carrega carga pesada e não recebe alimentos adequados, disse à vitrine online a veterinária Gislaine Regina Martins, do Centro de Controle de Zoonoses, acrescentando que possivelmente vinha sofrendo de nutaliose, uma enfermidade provocada por carrapatos.

Ela e sua colega Ana Paula Silva haviam examinado a égua ontem à tarde ministrado soro e orientado a ingestão de vitaminas e sais minerais, que foram providenciadas pelos dois primos. Hoje pela manhã quando retornaram para fazer uma nova avaliação ficaram sabendo que  Esperança havia morrido.

Seu corpo foi erguido pela pá de uma escavadeira e colocado em um caminhão e removido do local. No chão, sobre uma camada de serragem, restou o espectro do seu corpo sofrido.

Proteção de animais

Gislaine, uma veterinária sensível, que, juntamente com sua colega, foi elogiada pelos primos pela atenção e cuidado que dedicaram à égua, lamentou o fato: “A égua deveria ter um fim de vida digno; isso não deveria ter acontecido.”

Na verdade, uma sociedade protetora de animais poderia agir e ir atrás do antigo dono e chamá-lo à responsabilidade, pois o que fez não deveria ficar impune. (C.R.)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.