CARLOS ROSSINI ESCREVE – CINCO MANEIRAS DE MANTER A MENTE JOVEM

Olhos azuisO poder do cérebro humano é tão extraordinário quanto misterioso, quer se considere sua dimensão mental quer sua fisiologia orgânica. Ambas interagem entre si e são alvos de intensas e contínuas pesquisas dos neurocientistas em todo o mundo.

A atividade cerebral jamais para e, de acordo com o que nos disse um neurocirurgião, “o cérebro ‘descansa’ carregando pedra”. Mesmo quando dormimos, cuida da nossa vida física, regulando as funções do organismo, e da mente que sonha. Na verdade, quando o cérebro para, a vida termina.

Antes de o fim acontecer, o cérebro atua como o mais constante aliado do ser humano, em sua defesa e preservação, pois parece ter consciência de que depende do corpo para existir.

Estímulos positivos melhoram o seu desempenho e preparam a pessoa para enfrentar com inteligência, perspicácia e adaptação às mais diversas situações e condições reais que exigem ser enfrentadas.

Manter-se em condições saudáveis significa perceber que o mau uso da mente-cérebro provoca diversas consequências indesejáveis e uma delas pode ser a precipitação do envelhecimento desse prodígio que sustenta a vida por décadas ou mesmo até mais de século.

Há maneiras simples que qualquer pessoa pode utilizar para contribuir com a própria saúde da mente e do corpo. Mens sana in corpore sano.

  1. Aprender sempre coisas novas, em todos os campos do conhecimento teórico e prático, é uma fonte valiosa para manter a mente jovem e desafiadora; é estimulante para a abertura de percepções diferentes do mundo;
  2. Usar o poder de criatividade, respeitando a própria originalidade individual, está para a saúde mental assim como a água para a sede;
  3. Construir sonhos, acreditar e investir neles é abrir caminho para a criação do futuro, que se desenha como o Sol de cada manhã, uma fonte inesgotável de realizações;
  4. Amar e se dedicar ao próximo [seja quem for, filho, mãe, pai, namorada, amigo, avós, mulher, etc.] e estabelecer relações humanas significativas é considerado como uma das magníficas formas de manter a juventude mental;
  5. Estabelecer relações de valor no plano dos desejos humanos universais, como necessidade de reconhecimento, valorização, respeito, elogio e amor, suplanta a importância exagerada atribuída ao dinheiro e se manifesta uma rara possibilidade de ser feliz, como sensação de bem-estar e liberdade, talvez duas supremas necessidades tanto da mente quanto do cérebro.

James Birren, um octogenário e estudioso do processo de envelhecimento, professor da Universidade da Califórnia (EUA), chegou a se aposentar três vezes. Ele inventou um método para que os idosos relembrem os acontecimentos de suas vidas, num processo autobiográfico que produz benefícios psicológicos e físicos. Em resumo, ele informa que a pessoa aumenta sua autoestima que “é um dos elementos mais importantes para a longevidade humana”.

Em vez de se aposentar, Birren decidiu continuar sua vida com o que mais gosta de fazer: aprender coisas novas. Isso, convenhamos, combina com se renovar. Pensando em beneficiar os outros, ele criou a “autobiografia orientada”, como um novo caminho para se viver bem uma vida longa. Os participantes dessas atividades falam entre si sobre temas básicos da vida, escrevem sobre diversos temas, como família, trabalho, dinheiro, saúde, caminho espiritual, e depois compartilham suas histórias.

“À medida que o ser humano envelhece – observa o professor Birren –, ele precisa saber que sua vida teve algum significado, que não transcorreu em vão.” Se a pessoa souber antecipadamente – e se lembrar que sua vida não será em vão – então pode seguir uma trajetória em que o próprio mundo acaba tendo um futuro diferente. (C.R.)

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.