EXCLUSIVO – CONSEG APONTA AUMENTO DA PESCA PREDATÓRIA E DE FURTOS NAS MARGENS DA ITUPARARANGA, SEM O PATRULHAMENTO NÁUTICO

sos itupararangaDesde que foi suspenso o serviço de patrulhamento náutico na represa de Itupararanga em Ibiúna, em outubro de 2014, a pesca ilegal [e também a caça] se ampliou consideravelmente na região e, neste momento, está fora de controle. Essa denúncia foi feita na quinta-feira (22), durante a reunião do Conselho Municipal de Segurança – Conseg realizada no estúdio da TV Ibiúna e transmitida ao vivo.

Ambientalistas e biólogos ouvidos por vitrine online também se preocupam com a situação, sobretudo porque a piracema terá início no dia 1º de novembro e irá até o dia 28 de fevereiro. Nesse período de ovada de peixes, os cardumes sobem os rios até suas nascentes para desovar. É o período de reprodução e também de defeso, em que a pesca é proibida.

Infelizmente, é também o momento em que os peixes ficam mais fáceis de ser capturados por pessoas inescrupulosas e que não respeitam o ciclo da natureza, perturbando o equilíbrio, já tendo diminuído consideravelmente a quantidade de diversas espécies tanto nos rios quanto na represa. Há denúncias de que carpas de grande porte são abatidas a golpes de facões.

Com a falta de policiamento fiscalizador e dos atendimentos às denúncias de ações predatórias, “estão deitando e rolando” nas regiões próximas às margens da represa. Somente de janeiro a setembro de 2014, quando a patrulha náutica ainda funcionava, foram apreendidos o equivalente a cinco quilômetros de redes de espera e cerca de seiscentas tarrafas.

Mas o assunto preocupa o Conseg também pelo aumento de furtos de barcos, motores e outros objetos nas margens onde existem condomínios ou mesmo chácaras, além de “ocupações irregulares”, como ranchos de pesca e poluição do solo, já que os pescadores ilegais acabam sujando os locais em que acampam.

Patrulhamento

A patrulha náutica teve início em 2005, quando a SOS Itupararanga adquiriu um barco e, mediante convênio com a Secretaria de Segurança Pública de Ibiúna, possibilitou que quinze guardas municipais recebessem treinamento e passassem a atuar nas águas da  extensa represa.

Com o retorno do prefeito Fábio Bello, por decisão do TSE, em outubro de 2014, o funcionamento da patrulha náutica foi suspenso. O Executivo teria alegado que houve mudanças na GCM, com redução do efetivo. Por esse motivo, não havia mais como manter a escala de patrulheiros, e que também não havia recursos para o combustível para manter o barco em operação.

O barco era também utilizado como apoio a eventos esportivos náuticos na represa, mas até o momento não voltou a funcionar e está na cidade à espera de que haja uma solução para um fato que tem gerado um clima de insegurança. Conhecedores da situação dizem que há possibilidade de ocorrerem conflitos sérios entre os pescadores ilegais e os ocupantes das propriedades que se espalham pelas longas margens da Itupararanga, não somente em Ibiúna, mas também  em municípios vizinhos banhados pelas águas da represa.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.