IBIUNENSES PODERÃO ELEGER PREFEITO “UM HOMEM TRANQUILO”, EM 2016
Já que falamos do interesse de centenas de pessoas em disputar uma vaga à Câmara Municipal de Ibiúna na eleição do próximo ano, agora é a vez de falar do perfil não declarado, mas hipoteticamente desejado pela população, de eleger um novo prefeito [ou prefeita, por que não?] de espírito puro, sem marcas de rancores, retaliações, sentimentos de vingança e atitudes arrogantes e autoritárias.
É isso mesmo. O povo ibiunense, tirantes os engajados e já comprometidos, quer um homem tranquilo na administração pública da cidade.
Tranquilo, mas empreendedor; tranquilo, mas ousado; tranquilo, mas de pulso firme; tranquilo, mas visionário; tranquilo, mas humano; tranquilo, mas trabalhador incansável para geração de bens e serviços; tranquilo, mas honesto e responsável; tranquilo, mas atualizado e sensível às demandas populares; tranquilo, mas justo; tranquilo, mas nobre em pensamentos e sentimentos; tranquilo, mas competente e confiante; tranquilo, mas verdadeiro; tranquilo, mas sábio; tranquilo, mas independente; tranquilo, mas capaz de liderança efetiva; tranquilo, mas comprometido, em primeiro lugar, com o que há de mais precioso na cidade: os cidadãos.
Coincidentemente, para os que costumam consultar suas memórias, traços desses perfis já estiveram visíveis até mesmo na figura de Fábio Belo, em sua primeira eleição a prefeito, em 2004, e que teriam evanescido nas gestões posteriores. Esses mesmos traços qualitativos foram decisivos na eleição do coronel Darcy Pereira em 2008 e sustentaram a expressiva votação do professor Eduardo Anselmo, em 2012, que o situaram em segundo lugar, com mais de dezesseis mil votos e lhe permitiram, em meio a episódios jurídico-políticos mirabolantes, ocupar a cadeira de prefeito por duas vezes.
Mas é preciso considerar que há um intervalo entre o perfil-ideal no desejo popular tácito e a capacidade [incluem-se aí recursos financeiros, estratégias de marketing político, compras de votos, etc.] executiva da campanha eleitoral, dentro dos limites das regras impostas pela Justiça Eleitoral. Ou seja: o marketing político, como as outras modalidades de marketing, vive de criar ilusões sedutoras de natureza emocional. Ninguém busca votos com base em argumentos racionais, porque não é a razão do eleitor que decide e sim seu coração. E este vota neste ou naquele candidato por “perceber” nele certas qualidades com as quais se identifica.
Mesmo que estejam em ação colecionadores de legendas, por compra ou não, mesmo que se acredite na força da tradição à qual atribuem suas vitórias passadas, é provável que tenha havido alguma mutação [até mesmo pela vasta penetração da mídia televisiva mostrando um rosário de escândalos, de crimes políticos e administrativos, de gente graúda sendo presa e algemada, imagens nunca vistas antes] na psicologia do eleitor. Talvez esteja mais difícil de ser enganado, mas isso terá que esperar pelo tempo para se confirmar ou não.
Mas, voltemos à tese do homem tranquilo, amparado por um feixe de qualidades, como as descritas acima, como o perfil ideal a ser eleito em outubro de 2016. E, se estivermos intuitivamente certos, será a melhor decisão que os cinquenta e oito mil eleitores ibiunenses terão tomado, para o seu próprio bem e para o futuro de uma cidade que vive sonhando com um futuro melhor, que, como dissemos na reflexão relativa aos vereadores, é possível com um choque cultural que nos desperte da anestesia.
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Carlos Rossini é jornalista, editor de vitrine online, e colaborador da TV Ibiúna, onde apresenta o programa “O repórter da cidades”, todas quartas-feiras