IBIÚNA – VESTIDO DE MULHER, HOMEM ATACA A MULHER COM ÁCIDO E FACADAS

acidoEram cinco e meia da manhã de segunda-feira (9). Vestido de mulher, usando uma touca ninja e peruca ruiva, o homem avançou contra a mulher que saia de casa para o trabalho de faxineira, jogou ácido em seu corpo e tentou esfaqueá-la. A vítima foi socorrida e levada para o Hospital Municipal de Ibiúna.

O crime aconteceu em uma rua do Residencial Europa, no município de  Ibiúna e foi inicialmente aberto como “violência doméstica”, mas em um boletim complementar foi reclassificado como “tentativa de homicídio”. A peruca utilizada pelo agressor foi apreendida e se encontra na Delegacia de Polícia de Ibiúna.

O agressor é o pedreiro Paulo Sérgio Cardoso, 42, natural de São Roque, e a vítima, sua mulher, Eliana dos Santos Cardoso, 33, faxineira, natural de Vargem Grande Paulista. São casados  há dezoito anos e têm quatro filhos. Esse ataque à mulher é o último de uma série que teve início no dia 17 de agosto de 2013, quando foi lavrado o primeiro boletim de ocorrência. Nesse dia, Paulo agrediu Eliana com socos e chutes, alegando que ela estava “conversando com outro homem pelo celular”, que ele quebrou, assim como alguns móveis da cozinha, “alegando ter ficado nervoso”.

Eliana chegou a pedir separação dele, mas como estava grávida a separação acabou não havendo. A polícia deu conhecimento a ela que poderia recorrer à Lei Maria da Penha, a fim de mantê-lo à distância, como medida protetiva. Eles chegaram a se separar no início de 2013, mas acabaram reatando o relacionamento.

No dia 30 de agosto, menos de quinze dias da agressão anterior, Paulo voltou a agredir Eliana, com cabeçadas e apertando seu pescoço. Esse fato teria sido desencadeado porque a mulher não atendia aos seus chamados telefônicos. No momento em que irmãos da vítima vieram socorrê-la, Paulo pegou uma faca na cozinha e saiu correndo atrás de Eliana que foi em direção à casa de sua irmã. O bebê, filho do casal, estava ali deitado em um colchão estendido no chão. Nesse momento, para agarrar a vítima, Paulo teria empurrado uma pedra de mármore que se soltou da mesa que atingiu a cabeça da criança. Só não houve uma tragédia por que sua irmã conseguiu segurar a pedra. Logo depois, Eliana recebeu um recado de que Paulo estaria vindo para Ibiúna para matá-la com uma arma de um amigo.

No dia 12 de outubro deste ano, às 2h30, Eliana estava em casa dormindo quando acordou por causa de um barulho no quintal. Ela permaneceu deitada e, de repente, viu Paulo invadindo seu quarto e, sem dizer nada, começou a agredi-la a socos. Segundo depoimento que fez na Delegacia de Polícia, o agressor tentou sufocá-la com o travesseiro, mas ela conseguiu escapar e chamar os filhos. Antes de sair, Paulo arrancou a bateria do telefone de sua mulher para que ela não chamasse a polícia e a teria ameaçando dizendo que fosse embora de Ibiúna, se não, iria matá-la.

Enfim, na madrugada da última segunda-feira fez o último ataque à mulher. Para não chamar a atenção e agir de modo surpreendente, veio vestido com roupas femininas, usando peruca e uma touca ninja. Assim que se aproximou de Eliana jogou ácido contra ela e tentou golpeá-la a facadas e, por pouco, não cumpriu a promessa feita de matá-la.

Ferimentos

Quando Eliana chegou ao Hospital Municipal, o médico fez os procedimentos para neutralizar os efeitos corrosivos do ácido, que atingiu seu rosto. “Provavelmente por ter se assustado com a agressão, ela abriu a boca e também engoliu ácido”, disse um enfermeiro à vitrine online. A vítima, felizmente, já teve alta.

 

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.