NA TV – IBIUNENSES PROPÕEM MUDANÇAS PARA QUE A CIDADE TENHA UM FUTURO MELHOR

Diálogos 3

Implementar o apoio efetivo ao desenvolvimento agrícola no município, despertar a consciência política na população, criar estrutura sustentável na área do turismo, corrigir as falhas na área da educação e investir na área esportiva de modo racional e organizado, criar um polo educacional para formação técnica e profissional dos jovens, prestar contas das ações e investimentos públicos por meio de atitudes transparentes responsáveis, formar quadros no escalão do Executivo de profissionais competentes e comprometidos em prestar serviços de qualidade à sociedade.

Essas foram algumas das medidas preconizadas pelos advogados Jefferson Machado, Neto Atui, pelo professor Osório (Zorinho) do Amaral Filho e pelo instrutor de trânsito Weldy Soares que integraram ontem a bancada do segundo programa da série “Diálogos – que futuro queremos para Ibiúna?” apresentado ao vivo ontem (3) à noite pela TV Ibiúna, com apresentação do jornalista Carlos Rossini.

Essa série especial de programas tem como objetivo contribuir para que os eleitores possam receber informações, ideias, lembranças importantes e fazer uma reflexão tranquila e votar de modo livre e consciente no dia 2 de outubro nos candidatos que, pelos seus atributos de consciência, responsabilidade e competência possam ajudar a construir um futuro melhor para a cidade.

APOIO EFETIVO À AGRICULTURA

Jefferson Machado defendeu a tese de que a prefeitura deve efetivamente apoiar o progresso da agricultura, que é sua principal vocação econômica. Lembrou a importância da produção, sobretudo de hortaliças e legumes, que lidera em volume comercializado no Ceagesp.

Com apoio estruturado [frota de tratores, logística, melhoria das estradas para facilitar o escoamento da produção, engenheiros agrônomos para auxiliar as empresas produtoras, assim como os empreendedores familiares, etc.], tornar os agricultores locais mais competitivos, fazendo com que essa atividade cresça com o aumento de renda, contrate mais mão-de-obra e fixe as pessoas na terra.

Esse setor, no entanto, segundo Jefferson, vem sofrendo cronicamente porque os prefeitos eleitos sucessivamente são mais políticos do que administradores. “Ganham uma eleição e já pensam na próxima”, esquecendo-se da agricultura como fonte de vitalidade econômica em todo o município. Isso explica as péssimas condições das estradas, como as do Verava e Piaí. “Quando chove, o agricultor não tem como escoar a produção.” Explica também a falta de apoio por parte da Secretaria da Agricultura, da Casa da Lavoura.

“CIRURGIA POLÍTICA”

Para o advogado Neto Atui a conquista de um futuro melhor para os ibiunenses passa necessariamente pela “mudança de mentalidade da população, que precisa tomar consciência da importância que lhe cabe como agente da necessária transformação da história política do município”.

“Ibiúna está doente [politicamente] e é preciso haver uma cirurgia política, a fim de que as pessoas sejam capazes de perceber que têm o poder para produzir a mudança necessária.”

“Nossa cidade é bonita – reflete Neto Atui –, tem um imenso potencial turístico e a gente ouviu falar de um parque aquático, que nunca existiu, e nada é feito nesse setor que pode mudar a história de Ibiúna, ampliar significativamente o mercado de trabalho, gerando novas oportunidades para a juventude, que em geral tem de deixar a cidade em busca de uma oportunidade em grandes cidades.”

EDUCAÇÃO E ESPORTES

Osório do Amaral Filho, o Zorinho, é professor na área da educação física há 36 anos, e tem ponto de vista de que é antigo observador do que acontece tanto na área da educação quanto na de esportes.

“A educação tem que ser tratada como prioridade e ser substancialmente melhorada. Conheci uma pessoa já alfabetizada, que frequentou uma escola local, e que até hoje não sabe ler. Senti uma tristeza ao perceber sua condição, mas sei de que esse é um caso muito comum por aqui.”

“Eu fui educado por uma cartilha – Caminho Suave – e essa experiência de aprender a ler, escrever e interpretar marca pela vida toda. E educar é educar para a vida. É preciso que a rede de ensino municipal adote uma cartilha, a fim de que as crianças possam se alfabetizadas de modo eficiente e funcional.”

Outra lembrança que Zorinho faz diz respeito à sua especialidade, o campo dos esportes. “A prática de esportes faz com que a prefeitura economize na área da saúde, e também evita problemas no setor de segurança pública, pois em geral quem pratica esporte se torna mais equilibrado e menos agressivo. Nesse campo, é preciso que pessoas novas, cabeças diferentes das tradicionais, desenvolvam programas esportivos qualitativos e os disponibilizem para a população.”

POLO EDUCACIONAL

Weldy Soares, instrutor de trânsito, considera importante a instalação de um “Polo Educacional” em Ibiúna, assim como a prefeitura se propõe a criar um “Polo Industrial”. Em uma grande área, que o Executivo poderia ceder, livre de impostos por dez anos, seria erguido um complexo para abrigar diversos cursos, como os ministrados pelo Sesi e Senai, com foco profissionalizante para capacitar os jovens em diversas especialidades”.

“Se hoje uma grande empresa viesse a se instalar no município, precisando contratar, por exemplo, mil pessoas, a maioria teria que vir de fora, porque falta aqui pessoas qualificadas  para exercer diversas funções no campo da indústria.”

OUTROS TEMAS

Os quatro participantes do programa foram unânimes em destacar que o Executivo ibiunense não se comporta de modo transparente em relação à sociedade, fazendo com que os cidadãos não recebam informações sobre suas atividades.

“Se o dinheiro é meu, posso gastar como quiser – lembrou o advogado Jefferson Machado – mas se o dinheiro é do povo, a prefeitura tem, sim, de prestar contas dos seus gastos e suas respectivas destinações.”

Outra preconização feita por ele é que, nas próximas eleições, os candidatos apresentem um plano real e factível de governo para os munícipes, o que tem faltado sistematicamente na cidade de Ibiúna. Esse será no mínimo uma forma considerável para avaliar as intenções dos candidatos que parecem preferir, sendo práticos e objetivos, ser eleitos “doando jogos de camisa para times de futebol”.

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.