DOIS FATOS REVELAM DESATENÇÃO DA PREFEITURA NAS PEQUENAS PAISAGENS COTIDIANAS DOS IBIUNENSES

perigo na estradaDois fatos distantes entre si no município de Ibiúna – um na estrada do Verava, outro na avenida Antonio Falci – dão a medida das pequenas paisagens cotidianas em que a realidade fala por si, sem o filtro nebuloso de maquiagens políticas. Deveriam merecer melhor atenção das autoridades, no que elas teriam que cumprir pela função que exercem pela delegação da vontade da população.

FATO NÚMERO 1

O primeiro deles ocorre longe do centro, na altura do km 7 da estrada do Verava revelado agora por uma leitora de vitrine online preocupada com o que vê ali. “Crianças que estudam na escola do Bela Vista no período da tarde – diz ela – todos os dias aguardam a condução na beira da estrada, bem rente à pista de rolamento, pois não há abrigo de parada de ônibus e tampouco espaço de segurança para que possam se manter afastadas dos veículos. Estes, frequentemente, aos desviarem dos buracos e acabam invadindo a estreita faixa de acostamento – onde ficam as crianças.” E prossegue:

“São meninos e meninas entre 12 e 15 anos que estão passando perigo…um descuido de um motorista de um carro que se perde num buraco pode provocar uma tragédia. Esta semana presenciei cenas desagradáveis: caminhões e ônibus da Breda passaram muito perto da minha filha.”

à espera do onibjus

A leitora afirma ainda que levou o problema, em outubro ano passado, ao conhecimento de Rafael de Cassia Cerqueira [secretário da prefeitura] e ao vereador Leôncio Ribeiro da Costa (PDT), que reside no bairro. “Na ocasião solicitamos a instalação de um ponto de ônibus no local, mas não da situação das crianças”, mas até agora nada foi feito.

FATO NÚMERO 2

Na semana passada, por duas vezes, uma equipe usando máquinas e asfalto recapeou o entorno da rotatória existente na avenida Antonio Falci, que margeia o centro da cidade. Na verdade, essa avenida é o trecho urbano da rodovia Bunjiro Nakao, e a mais movimentada da cidade, ao receber todo o tráfego que segue para o município de Piedade [sul do país e municípios da região Sorocaba] e o que demanda a cidade de São Paulo, no sentido inverso.

recapeamento

Pois bem. O recapeamento feito para tapar os buracos ali existentes e nivelar a pista foi realizado em um dia e já estava estragado no dia seguinte. Ou seja: não durou um dia, tal a qualidade do serviço [não conseguimos saber se foi feito por empresa contratada ou pela própria prefeitura].

Logo em seguida, trabalhadores e suas máquinas, com apoio logístico de guardas municipais da área de trânsito, voltaram ao local que fica ao lado do Posto Ipiranga e fizeram novo recapeamento e instalaram duas lombadas [diga-se de passagem já não era sem tempo].

Uma pouco antes do início do contorno da rotatória no sentido Piedade-São Paulo e outra na rua José Juni, onde se encontram duas entradas para o Supermercado Ibiúna. Reduz a velocidade para quem vai fazer o contorno da rotatória em sentido inverso ou seguir em direção à Bunjiro Nakao, tanto em direção a São Paulo quanto no sentido de Piedade. Esse ponto de fato exige muito cuidado, seja pela intensidade do tráfego pesado, que inclui muitos ônibus, caminhões e carretas, além dos veículos leves.

ululante

Mais uma vez, no dia seguinte, se observou a degradação do serviço: novos buracos estavam abertos e o asfalto deteriorado. Resumindo: o serviço não resistiu a horas, depois que foi feito, e a prefeitura deve ou fiscalizar tanto a qualidade da técnica aplicada quanto do material utilizado. Nos dois casos, dinheiro foi jogado fora, com materiais e horas trabalhadas. Resta saber que atitude a prefeitura vai tomar em relação a esses dois fatos. (C.R.)

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.