ATÉ QUANDO, PREFEITO? – PERIGO E DESCONFORTO CONTINUAM A ATORMENTAR MORADORES NA CACHOEIRA

calçada

Quase todos os dias, contrafeito, me vem à lembrança a figura esquiva do prefeito de Ibiúna e seus peculiares métodos político-administrativos, ou seu jeito idiossincrático de decidir e fazer as coisas públicas. Objetivamente, isso acontece toda vez que vejo dezenas de pessoas – crianças, jovens, adultos, idosos – no ir-e-vir por uma vala perigosa no trecho inicial da estrada da Cachoeira, que fica a 900 metros da casa dele, no Real Parque Morumbi, e a cerca de 500 da entrada do Condomínio Residencial Ibiúna [Minha Casa, Minha Vida], onde residem mais de 1.200 pessoas.

Vitrine online já publicou quatro notícias a respeito da necessidade de se construir ali um calçamento para evitar acidentes na valeta ou no trânsito, porque as pessoas, é muito comum, pela própria situação extremamente arriscada e falta de espaço, caminham pela pista de rolamento, competindo o mesmo espaço com caminhões, automóveis, carretas, ônibus. Você vê ali, como é frequente, mulheres empurrando carrinhos de bebês ao lado de outras, junto com crianças, se expondo a riscos o tempo todo.

Sabemos que existe um projeto executivo para a realização dessa obra, mas não sabemos quando será iniciada porque o prefeito Fábio Bello está cuidando de suas meninas dos olhos do momento: o bulevar na rua Angelino Falci, o projeto paisagístico na entrada da cidade e a reforma que dará nova fachada ao Posto de Saúde Central na avenida São Sebastião. Já chamamos esse conjunto de “marcos políticos” porque, se nada atrapalhar, serão inauguradas antes do dia 30 de junho em clima de festa prenunciando as eleições do dia 2 de outubro.

Sabemos que os recursos destinados ao bulevar, assim como à reforma da rodoviária, vem com destino certo do Dade, mas não entendemos como uma obra de custo relativamente baixo, da maior importância para a segurança de todos os moradores no bairro da Cachoeira, possa permanecer em segundo plano, como se o povo merecesse passar grande desconforto, fazer malabarismo para não cair e, ao mesmo tempo, redobrar a atenção para não serem atropeladas, especialmente os idosos.

Entendemos que o senhor Fábio Bello, que realizou um festim político na solenidade de entrega simbólica de chaves aos moradores do “Minha Casa, Minhas Vida”, em fevereiro do ano passado, está subestimando um assunto da maior seriedade, a segurança pública dos munícipes que moram naquela área do município.

A menos que faça questão de menosprezar as notícias publicadas por vitrine online, o que é pouco provável, não poderá dizer mais tarde que foi por falta de informação que a obra não terá a sua relevância, assim como sua premência, destacada como bem público necessário para dar condições dignas e seguras no caminhar das pessoas que vão ou voltam do centro da cidade. (Carlos Rossini)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.