SUSPEITO DE ESTUPRAR DUAS MULHERES NO DIA DAS MÃES EM IBIÚNA CUMPRE PENA DE 19 ANOS, POR ROUBO E ESTUPRO EM SÃO ROQUE

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O homem da foto é Charles Pires de Moraes, 29, natural de São Roque, está preso. No dia 3 de setembro de 2013 foi condenado a 19 anos, 3 meses e 26 dias, em regime fechado, por ter cometido assalto a uma residência – junto com dois comparas também nascidos em São Roque: Anderson Aparecido Nogueira e Rafael Moraes Tedesque – e estuprar a mulher residente na casa e ferir seu marido com diversas coronhadas.

Os crimes ocorreram por volta das 4 horas da manhã do dia 16 de agosto de 2010 na travessa dos Venâncios, no bairro do Pavão. Cerca de uma hora depois de saírem com o carro carregado com objetos que retiraram da casa uma equipe da Força Tática da Polícia Militar acionada pelo Copom cruzou com o carro dos bandidos que reagiram com tiros, mas acabaram presos.

CRIMES, NA SAIDINHA

DO DIA DAS MÃES

Em progressão de pena, Charles passou a cumprir o regime semiaberto. Na saída temporária do Dias das Mães, em maio último, ele deixou a Penitenciária Antonio Souza Neto, em Sorocaba, onde cumpre a pena. Saiu da prisão no dia 6 de maio e retornou no dia 9.

No dia 7, às 21 horas, de acordo com as investigações feitas pelos policiais da Delegacia de Polícia de Ibiúna, ele teria cometido seus dois primeiros crimes: encapuzado e armado de uma faca, teria invadido uma casa na Estrada Armindo Setti, no bairro do Recreio [mesma estrada onde recentemente foi encontrado um carro queimado com um corpo carbonizado dentro]. O criminoso, segundo o boletim de ocorrência, quebrou a porta da cozinha dominou a mulher de 27 anos que ali se encontrava. Disse que sabia que tinha dinheiro na casa e obrigou a mulher a entregar para ele R$ 3.200,00.

Depois de pegar o dinheiro Charles arrastou a jovem para fora da casa, amarrou uma blusa em sua boca e colocou a faca em seu pescoço e a teria estuprado. O criminoso dizia para a mulher não gritar, senão a mataria. Depois do abuso cometido, a fez voltar para casa “sem olhar para trás”. A mulher correu para a casa da irmã onde pediu socorro. Levada pela polícia para o IML de Sorocaba recebeu atendimento e permitiu a coleta de material para exame de DNA.

A jovem não pòde identificar a fotografia que lhe foi apresentada na Delegacia de Polícia porque o bandido estava encapuzado e ficou extremamente nervosa quando foi atacada.

TAXISTA RECONHECEU

O ESTUPRADOR

Já em relação aos outros dois crimes que Charles Pires de Moraes teria cometido [roubo e estupro com a utilização de uma faca] foi identificado por sua vítima: uma taxista, que tem seu ponto na Rodoviária de Ibiúna, o reconheceu numa foto que a polícia lhe mostrou. Desta vez ele foi reconhecido porque não poderia pegar táxi num lugar público com uma máscara e não escondeu o rosto em nenhum momento.

Segundo depoimento da vítima, ele pegou seu táxi por volta das 15h30. Usava uma camiseta, tênis e boné vermelho, bermuda jeans. Pediu uma corrida até Caucaia do Alto, em Cotia, no limite com Ibiúna, sem especificar o local do seu destino. Disse que chegando lá indicaria o local. Ao chegarem na Estrada do Una, munido de uma faca, anunciou o assalto pedindo dinheiro e o celular da vítima [a mulher lhe entregou o celular e R$ 400,00]. Nesse momento, ameaçando-a com a faca, obrigou-a que entrasse no porta-malas, rodou por cerca de dez minutos. Em seguida, parou o veículo em frente a um sítio próximo à rodovia Bunjiro Nakao, na altura do km 51, Água Espraiada, Cotia.

Retirou a taxista do porta-malas e mandou que ela caminhasse até um casebre. Ainda de acordo com a vítima, parecia que ele conhecia a propriedade pela forma como fazia as determinações sempre  ameaçando-a com a faca, a mesma utilizada no roubo. No seu táxi, ela havia reparado que o indivíduo tinha outras facas embaladas, deduzindo que havia adquirido no comércio próximo da rodoviária. No interior da casinha, a teria violentado sexualmente. Em seguida, a liberou, deixando o local provavelmente a pé. A Guarda Civil Municipal de Cotia levou a vítima primeiro ao Pronto Atendimento de Caucaia do Alto, onde foi medicada para hipertensão, depois foi encaminhada ao Hospital Perola Byington, em São Paulo, para tomar um coquetel de medicamentos e coleta de material para realização de exame de DNA.

INVESTIGAÇÕES E

PEDIDO DE PRISÃO

O presidente do inquérito que apura esses crimes, delegado Fabrício Lopes Ballarini, da Delegacia de Polícia de Ibiúna, tomou uma série de providências tanto em relação a ação dos investigadores no levantamento de dados para chegar ao suspeito; acolhimento das duas mulheres vítimas e providências de natureza legal e científica [exames de DNA] e, sobretudo, para assegurar que o criminoso não tenha mais direito a saída temporária, deixando o regime semiaberto e voltando para o regime fechado. E isso ele já conseguiu sobretudo por meio de providências junto à direção da Penitenciária de Sorocaba.

Dr. Ballarini, no dia 13 de maio, encaminhou um pedido ao Fórum de Ibiúna para a concessão de um mandado de prisão temporária para Charles Pires de Moraes pelos novos crimes que teria cometido. A juíza ibiunense entendeu que o caso deveria ser transferido para o Fórum de Cotia, já que os crimes teriam ocorrido naquele município.

O caso foi, então, encaminhado para o juiz da Vara Criminal da Comarca de Cotia, Sérgio Augusto Duarte Moreira, a quem caberá julgar o caso.

A Delegacia de Polícia de Ibiúna pede a quem reconhecer o estuprador e possa ter sido vítima dele se dirigir pessoalmente a esse organismo na avenida Maria La Farina Milani, 247, Centro – Ibiúna, telefone (15) 3241-1222.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.