OPINIÃO – DEBATE ENTRE CANDIDATOS A PREFEITO DE IBIÚNA REVELOU TRÊS MODOS DE FAZER POLÍTICA: A TRADICIONAL, A INEPTA E A INOVADORA
O debate promovido pelo jornal Voz de Ibiúna na noite da quinta-feira (22) e que reuniu cerca de oitocentas pessoas no Centro Cultural Esportivo Ibiúna – CCEI revelou três perfis predominantes de políticos. Um deles representa o que há de mais retrógrado, obsoleto, tradicional que se vale da mentira para se impor ante os eleitores; outro, uma forma inepta e ineficaz de fazer política; e, um terceiro, com características típicas da busca da inovação, da modernidade, capaz de fazer as mudanças que são desejadas pela população ibiunense.
Agora que todos podem rever o debate completo, filmado por Bruno Siqueira e que está no ar, incluindo marcações dos horários de momentos de especiais relevos, marcados por confrontos diretos, fica fácil identificar quem é quem em face dos três perfis acima descritos.
Participaram os candidatos a prefeito Carlos Marques Jr. (PSB), Carlos Ribas (Rede), Eduardo Anselmo (PP), Elizeu Dias (PRB), Fábio Bello (PMDB), João Mello (PSD), Leandro Godinho (PSDB) e Paulo Sasaki (PTB).
MOMENTOS DE TENSÃO
No desenrolar dos fatos, por volta das 20h10, houve as mais estrondosas vaias e aplausos, dependendo dos grupos de torcidas organizadas, dadas a um candidato. Ocorreram quando Carlinhos Marques Jr. (PSB) afrontou a informação que vem sendo repisada à exaustão pelo candidato Fábio Bello (PMDB) por meio de seus jornais de campanha. “O senhor diz que está apto para concorrer, mas na verdade está indeferido.” A juíza eleitoral de Ibiúna indeferiu sua candidatura, fato ratificado também do promotor eleitoral em relatório que ele enviou ao Procurador Regional Eleitoral, do TRE de São Paulo. [Espera-se julgamento desse processo por volta da próxima quinta-feira]. O candidato recorreu a essa instância da Justiça Eleitoral no dia 14.
Ainda de forma mais enfática, o candidato do PSB indagou o que Bello tinha a dizer sobre as três condenações que ele tem no Tribunal de Justiça e que também pesam contra sua candidatura no parecer da juíza ibiunense.
De microfone em punho, mas sem responder de modo direto, Bello retrucou perguntando o que Carlinhos fazia em Brasília, junto com empresário do ramo de transporte público de Ibiúna (ônibus), durante o processo que culminaria com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral – TSE no dia 26 de junho de 2014, que lhe garantiu assumir a prefeitura no lugar de Eduardo Anselmo. O candidato peemedebista também o apontou como culpado pela situação que se estabeleceu então, por ter trabalhado na defesa do então prefeito [pelo PT na época] e agora candidato pelo PP, professor Eduardo Anselmo.
A partir daí criou-se na plateia um clima de tal forma ruidoso, entre vaias, gritos e aplausos, que obrigou o apresentador do debate, Fernando Moraes, pedir reiteradamente que acompanhassem o debate em silêncio, no que foi ignorado diversas vezes.
Candidatos de primeira viagem fizeram ataques e perguntas capciosas, tentando surpreender seus colegas, mas se esqueceram que esse tipo de comportamento só reforça o que há de pior na política tradicional ibiunense, feita de rancor, vingança, leviandade, repisando, caso o que defendem em público correspondesse à verdade de querer uma mudança evolutiva e não apenas se autopromover diante de público numeroso.
É preciso que os eleitores revejam mesmo o debate e consigam perceber quem entre os candidatos se apresentou com propostas de governo consistentes, com uma visão e um compromisso verdadeiro de fazer mudanças para o bem de toda a população.
SUPERCLAQUE
Entre as claques na plateia, a mais numerosa era a de Fábio Bello, talvez somasse trezentas pessoas, entre funcionários públicos e comissionados. Todos se sentaram em bloco do lado esquerdo em relação ao palco onde se deram os debates. O total estimado de presença foi em torno de oitocentas pessoas. Segundo a organizadora do evento e proprietária do jornal Voz de Ibiúna, Júlia Tanaka, informou a vitrine online que havia novecentas cadeiras no auditório.
Em breve entrevista Júlia declarou que este foi o terceiro debate organizado pelo seu jornal: “Agimos da forma mais democrática possível, dando igual oportunidade a cada um dos candidatos e impedindo, pelo regulamento, que houvessem ataques pessoais. Por isso mesmo, convidou três profissionais residentes em Sorocaba para compor a Comissão de Ética, que selecionou as perguntas entregues pela imprensa local e plateia: Luiz Fernando Martins Grohs, cientista político; Ronaldo Coelho Rosa Fontes, especialista em gestão pública; e Tarcis de Camargo Ramos, relações públicas. A organização do evento contou com a participação de Júlia Tanaka, Glória Piletti e Ana Pilletti.