ARGH! – SENHORAS E SENHORES PASSAGEIROS “BEM-VINDOS” AO TERMINAL RODOVIÁRIO DE IBIÚNA

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O ônibus da Viação Danúbio que saiu ontem (10) às 18h30 do Terminal da Barra Funda, em São Paulo, encostou na “plataforma” do Terminal de Ibiúna às 20h45, com destino a Piedade. Do seu interior desembarcaram diversos passageiros. Entre este uma mulher que, pela primeira vez vinha visitar Ibiúna e os amigos viriam lhe buscar de automóvel. A primeira impressão que teve da rodoviária ibiunense foi a pior possível por seu aspecto geral de abandono, sujidade e mau cheiro.

Se tivesse que ir à toalete feminina não conseguiria porque já estava fechado; quanto ao banheiro masculino, o cheiro era repugnante a distância.

Para as festas de Natal e do Réveillon o município receberá mais de vinte mil visitantes, muitos deles virão de ônibus e, certamente, terão a mesma impressão negativa tida pela passageira de ontem que também percebeu o péssimo sistema de iluminação e as poças de água misturadas ao óleo que escapa dos motores dos ônibus.

A rodoviária de Ibiúna está obsoleta e inadequada para a função que lhe foi atribuída há cerca de quarenta anos, quando foi construída. A cidade tinha uma população bem menor do que hoje. Atravessou governos municipais sem que fosse reformada e chegando a um ponto em que se tornou um ambiente indigno para a população e turistas aos quais deve servir. Até mesmo o local onde foi construída ficou inapropriado.

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REFORMA, UM MALOGRO

No dia 5 de março deste ano, o atual governo, para surpresa geral, mandou bloquear a rua Angelino Falci que fica ao lado da rodoviária, pois seria transformada em um calçadão. Na ocasião, os comerciantes dessa via ficaram revoltados, foram à prefeitura, disseram que iriam ter prejuízo com a rua fechada, esboçaram o desejo de entrar com um mandado de segurança a fim de impedir a obra, mas não houve jeito. No entanto, até agora, a obra não está conclusa, especialmente em frente da rodoviária.

Três placas foram afixadas na parede da rodoviária revelando a execução de três obras, com um custo total de R$ 2,390 milhões para três projetos: calçadão [R$ 1.050.521,95], reforma da cobertura da rodoviária [R$ 602.542,22] e reforma interna [R$ 736.935,83].

Os recursos vieram do Departamento de Apoio às Estâncias Turísticas – Dade, um órgão vinculado à Secretaria Estadual de Turismo, mas até hoje, pelo que aparenta, nenhum centavo foi investido para a reforma da rodoviária que continua sendo alvo de adjetivos fortes por parte dos usuários e a população de modo geral.

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Notícias recentes também indicam que no local estão ocorrendo assaltos “relâmpagos”, embora no pátio de manobras dos ônibus existe uma unidade fixa da ROMU, que integra a Guarda Civil do Município de Ibiúna. Ali mesmo, em maio deste ano, foi sequestrada uma taxista, por um presidiário que aproveitava uma saidinha do Dia das Mães, que acabou estuprada em uma casa abandonada em Caucaia, distrito de Cotia. A taxista até hoje apresenta sequelas psicológicas (está traumatizada), tem sonhos terríveis, e físicas, com manchas no rosto e dores de cabeça. “Sinto-me completamente insegura”, disse para vitrine online.

Por incrível que pareça, mas é a dura realidade da falta de segurança, em agosto, na saidinha do Dia dos Pais, o mesmo bandido voltou à rodoviária e, mais uma vez, tentou dominá-la, só não conseguindo seu intento por que os colegas da taxista intervieram. (C.R.)

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Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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