ELEITO, BOLSONARO MUDA O TOM DO DISCURSO DA CAMPANHA E DIZ QUE VAI GOVERNAR PARA TODOS

O tom do primeiro discurso, após ser eleito hoje o novo presidente do Brasil, nem de longe lembrou os rompantes ásperos e ameaçadores, que tanto temor espalharam para largas faixas da população, durante toda sua campanha.

Eleito com 57. 782.731 votos (55,14%), Jair Messias Bolsonaro, de sua casa no Rio de Janeiro, evocou uma frase bíblica “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, tendo sobre a mesa uma Bíblia, a Constituição brasileira e a biografia de Winston Churchill.

Sustentou que irá se orientar pela inspiração divina, pelo respeito às leis e pelo exemplo dos grandes líderes mundiais, para realizar um governo democrático para todos os brasileiros.

“Menos Brasília e mais Brasil”, assinalou a certa altura conferindo um sinal de que irá combater a corrupção, inclusive diminuindo a estrutura do Governo Federal, fazendo referências claras ao seu objetivo de reduzir gastos e promover o equilíbrio fiscal.

Bolsonaro afirmou: “Faço de vocês as minhas testemunhas, o de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, mas um juramento de um homem a Deus. A verdade vai transformar esse país e a liberdade vai nos transformar em uma grande Nação.” Disse mais:

“A liberdade é um princípio fundamental da Constituição: liberdade de ir e vir, andar nas ruas; liberdade de empreender, liberdade política; liberdade de ter opinião; liberdade religiosa; liberdade de fazer escolhas e de ser respeitado por elas. Esse é um país de todos nós; brasileiros natos ou de coração. Um Brasil de diversas opiniões, cores e orientações.”

“Não existe brasileiros do Sul ou do Norte – declarou o presidente eleito. Somos um só país. Somos todos uma só nação. Uma nação democrática”,

No mesmo pronunciamento, Bolsonaro mencionou a questão de “emprego e equilíbrio fiscal em seu novo governo e que o déficit primário precisa ser eliminado o mais rápido possível.

Afirmou ainda que “emprego, renda e equilíbrio fiscal é o nosso compromisso para ficarmos mais próximos de oportunidades e trabalho para todos”.

“Quebraremos o ciclo vicioso do crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo vicioso de menores déficits, dívidas decrescentes e juros mais baixos. Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente geração de empregos.”

Em suma, Bolsonaro lançou uma imagem amena do seu comportamento e sinalizou o desejo de acalmar e pacificar o Brasil, que viveu um dos maiores rachas verificados numa eleição presidencial.

HADDAD PEDE RESPEITO

Em São Paulo, o candidato derrotado do PT, Fernando Haddad, também falou ao lado de seus familiares e correligionários pediu respeito aos seus 47.017.752 (44,86%) de votos e que seus eleitores não precisam sentir medo. “Nós estamos aqui. Nós estamos juntos. Contem conosco! A vida é feita de coragem. Viva ‘o Brasil.”

Enfático, Haddad declarou: “Talvez o Brasil nunca tenha precisado do exercício da democracia do que agora. Eu coloco a minha vida à disposição deste país. Tenho certeza de que falo por milhões de pessoas que colocam o Brasil acima da própria vida, do próprio bem-estar.”

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *