JUVENTUDE FAZ A MAIOR MANIFESTAÇÃO POLÍTICA DE RUA DA HISTÓRIA DE IBIÚNA
Mais de mil e quinhentas pessoas, na maioria absoluta estudantes, fizeram nesta quinta-feira (20) a maior manifestação política da história de Ibiúna pelas ruas da cidade. O ato público iniciado na Praça da Matriz, a partir das 17 horas, se encerrou às 19 horas na rodoviária de forma ordeira e pacífica.
No momento da dispersão, a maioria dos participantes voltou à Praça da Matriz. Um dos líderes do movimento pediu a todos que se retirassem e coletassem os papéis que ficaram no chão, argumentando que “isso também é um ato de cidadania”, no que foi atendido.
As pessoas que se encontravam no comércio que ainda mantinha as portas abertas ou das sacadas de residências davam clara demonstração de apoio ao movimento, como aconteceu ao redor da praça.
Os organizadores do manifesto haviam convidado o prefeito Eduardo Anselmo para participar do encontro, mas, posteriormente, alegando que não sabiam o número exato dos manifestantes, pediram ele não comparecesse para que não correr nenhum tipo de risco.
O prefeito já havia recebido as seis reivindicações propostas pelo movimento [veja na matéria abaixo sob o título Manifestação de rua em Ibiúna deverá reunir mais de 500 pessoas”] e conversado sobre cada um dos itens com seus representantes, afirmando que dará uma resposta oficial da prefeitura em quinze dias.
Depois de encerrada a manifestação, Eduardo Anselmo disse com exclusividade à revista vitrine online que os pedidos que lhe foram apresentados no manifesto “não só podem como devem ser atendidos”.
GCM
A Guarda Civil Municipal, de acordo com seu comandante Marcelo Godinho, destacou cinquenta homens para acompanhar o movimento e cumpriu um importante papel para assegurar o caminho livre e a paz para a passeata. Numa reunião prévia com os líderes do movimento acertaram a trajetória e as providências de bloqueio em cada esquina e mudança de rota. Missão que cumpriram muito bem.
NA PRAÇA E RUAS
A maior parte do tempo do manifesto ocorreu na Praça da Matriz com grande animação, otimismo e um civismo exemplar, com muitos cartazes reclamando melhor educação, transporte, saúde, palavras de ordem: “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”, cantavam uníssonos os jovens. E prosseguiam:
“Quem são vocês? Somos cidadãos. O que vocês querem? Queremos transporte, saúde e educação. Vem pra rua Ibiúna. Vem Terra Preta”.
“O povo acordou, O povo decidiu/Ou para a roubalheira/Ou paramos o Brasil.”
“Quem é a favor da Copa aqui levanta a mão. [Ninguém levantou]. Quem é a favor do Brasil?” [Todos bradaram e levantaram a mão].
Durante a caminhada: “Você aí parado, também está sendo roubado”.
Havia momentos de parada, quando se pedia que todos se sentassem na rua e havia breves mensagens e palavras de ordem que eram replicadas pelos jovens manifestantes.
Em frente ao Fórum, todos se sentaram e houve um minuto de silêncio “pela justiça no Brasil”.
A parada prevista em frente ao escritório da Viação Cidade de Ibiúna, que foi alvo de claro protesto “pelo preço da passagem e pela má qualidade dos ônibus e dos serviços”, foi pulada “porque já estava fechado”.
Uma crítica muito contundente foi dirigida à prefeitura pelo atraso de meses no pagamento da bolsa transporte para os estudantes.
Ao chegarem ao último ponto de concentração em frente ao Terminal Rodoviário da cidade os brados se repetiram: “Lixo, lixo,lixo…” Houve uma palavra de ordem categórica: “Ou reformam a rodoviária em trinta dias ou aqui voltaremos em número bem maior de pessoas”.
NO GOGÓ
Um fato notável: o respeito dos participantes para com o comando da manifestação foi tal que todas as palavras de ordem foram dadas sem uso de megafone ou alto-falante. Foi tudo no gogó. As mensagens chegavam ao fim da marcha com mais de um quarteirão de comprimento e eram logo compreendidas e acatadas.
CLIMA GERAL
Moças e rapazes às centenas demonstravam um momento de grande esperança na força de um ato do qual eram os protagonistas. Pela primeira vez, até mesmo estudantes do ginasial, experimentaram um ato de que jamais se esquecerão do que é ser um ente político, lutar pelos seus direitos, participar ativamente da vida política de sua cidade e do seu País. Porque todas as reivindicações apresentadas ao prefeito visam melhorar as condições de vida da população do município, de modo transparente por parte das autoridades.
POLÍTICOS
Nenhum vereador, nenhum político de Ibiúna, mostrou sua cara durante toda a manifestação de rua. Mas os jovens estudantes compareceram em massa, ibiunenses que estudam fora cidade fizeram questão de abraçar o movimento. Uma das faixas dizia: “Nós somos o futuro do Brasil”.
EUFORIA
Os representantes iniciais do movimento, ainda quando subiam pela Rua XV de Novembro, não se contiveram de alegria ao verem a rua tomada por pessoas, cartazes e faixas. Eram eles: Wagner Paiva, Giuliana Santos, Weldy Soares, Yuli Ono, Alexsander Souza, Bárbara Gonçalves e Guilherme Viera.
>> VEJA FOTOS E ACOMPANHE A COBERTURA DO MANIFESTO FEITO PELA VITRINE ONLINE NO FACEBOOK CLICANDO AQUI! <<