BRASIL – AS REDES SOCIAIS E O REINO DA BAGUNÇA

As redes sociais se espalharam no Brasil de uma forma tão rápida quanto profusa. Hoje, analisando seus conteúdos, a impressão que se tem é de uma bagunça generalizada, uma Babel do século XXI. Nelas se projetam fatos sublimes, instrutivos e informações valiosas, mas seu lado B reflete o mais puro desmerecimento de multidões de usuários.

O lado B das redes sociais é rude, grosseiro, falso, ofensivo, ignóbil, mentiroso, deprimente e reflete a cultura medíocre e estúpida de muitos cujas mentes parecem enfurnadas numa caverna trevosa.

Talvez, por tudo isso, é preciso alertar que o primeiro cuidado a ser tomado pelos usuários, via notebook ou celulares, é identificar a procedência das postagens, em que pese serem não raro fakes (falsas).

É isso, o mau uso desse maravilhoso invento tecnológico criou uma sociedade virtual impregnada de distorções e perversidades. Qualquer indivíduo, cujo perfil psicossocial é conturbado, pode provocar situações inaceitáveis, mas que afetam sobretudo as pessoas mais desinformadas e ingênuas.

Como a maioria entre nós é despojada de senso crítico, por falta de educação escolar adequada, vivemos mesmo numa sociedade tão insegura quanto doente.

Uma pessoa dotada de senso crítico tem a capacidade de questionar e analisar de forma racional e inteligente. Por meio dele, o homem aprende a buscar a verdade questionando e refletindo profundamente sobre cada assunto, ampliando sua capacidade de fazer julgamentos e, portanto, escolhas do que é certo ou errado, falso ou verdadeiro.

Atribui-se ao fenômeno das redes sociais a eleição do novo presidente do Brasil e à sua equipe e seguidores o uso manipulativo das redes sociais, assim como se atribui ao seu principal adversário e seus partidários a mesma atitude. A população, desse forma, serviu de recheio para sanduíches políticos.

O atual presidente que parece se mostrar avesso ao pacifismo civil, acaba de declarar para os quatro ventos, assim como seu inconveniente ministro das Relações Exteriores, que o nazismo é uma ideologia de esquerda. Até mesmo um estudante neófito de política, sociologia ou filosofia sabe que não há o menor fundamento. Trata-se de uma deplorável mentira! Hitler e sua cambada queriam dominar o mundo com um projeto totalitário esmagador das liberdades humanas.

É preciso também alertar para o perigo real das partes que se digladiam na teia das relações sociais com suas posições radicais domonizantes, quando a nação precisa se unir para resolver seus graves problemas, políticos, administrativos, sociais, econômicos, sanitários, culturais, éticos e morais.

Em momento algum da História, fundamentalistas e radicais, de um lado ou de outro, contribuíram para o avanço da civilização. Ao invés, provocaram rastros de sangue, dor, destruição e morte de milhões de pessoas.

Sinto que o Brasil vive um momento mórbido no torvelinho da agitação do poder planaltino para estupefação daqueles que têm um mínimo de lucidez e torcem para que ocorra um improvável milagre. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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