VIVA NA SUA – LIBERTE-SE DO MEDO DA OPINIÃO DOS OUTROS

Jamais, na história da humanidade, a opinião individual teve tanto espaço para sua expressão como na era da Internet e também tanta influência na vida pública.

Opinião é aquilo que uma pessoa pensa em relação a alguém ou a algo sem que, no entanto, corresponda com a verdade ou seja comprovável.

Ela pode ficar retida no âmbito subjetivo dos indivíduos ou ser manifesta, seja de forma imediata, numa relação direta entre as pessoas, ou através de um meio, como as redes sociais, via tuítes, zapes, etc.

Atribui-se a vitória do atual presidente da República exatamente à força desse meio de comunicação que se atomizou, sobretudo com o uso de robôs capazes de multiplicar viralmente as mensagens positivas ou negativas. As redes sociais se transformaram em armas para expressão dos juízos feitos pela população.

É oportuno, no entanto, lembrar o efeito manada dessa mídia, capaz de criar miragens, infectar a ética e a moral públicas, e vitimar seus próprios usuários pela lei da causa e efeito.

Opinião corresponde ao ponto de vista de uma pessoa a respeito de outra ou de algo, que pode ser verdadeiro ou não. Diferente, portanto de fato que é aquilo que realmente aconteceu e pode ser verificado e comprovado.

Quando a opinião é coincidente na coletividade, é chamada de opinião pública, ou seja, a expressão da população na criação, controle e crítica das diretrizes de uma sociedade ou de um governo.

A opinião pública integra o conceito de senso comum, formado por ideias consideradas corretas pela maior parte da sociedade, que se inserem em um padrão ético e moral, que exprime sua cultura, condições sociais e, em alguns, casos sua religião.

Um exemplo: quando se diz que “a opinião pública está pressionando o governo”, significa que a sociedade civil está mandando um “recado” às autoridades constituídas, em relação a assuntos ou fatos com os quais estão em desacordo.

O Brasil, hoje, vive uma situação preocupante quanto às notórias contradições do governo federal.

Mais um exemplo, para verificar a diferença entre fato e opinião. Se alguém diz “este carro tem quatro rodas”, isso é um fato, pois pode ser comprovado, mas quando argumenta “este é o melhor carro da atualidade, já se trata de uma opinião, um julgamento subjetivo”. Muitas pessoas poderão repelir e achar que o melhor carro da atualidade seja um outro qualquer.

Embora careçam de comprovação, as opiniões expressa de um indivíduo a outro ou de um grupo de pessoas a um indivíduo podem causar efeitos nefastos. Todos sabemos que o bullying tem sido causa inicial até mesmo de suicídios de adolescentes.

Assim, também funcionam os preconceitos (opiniões e julgamentos subjetivos, sem nenhum fundamento aceitável na realidade) contra homossexuais, de ordem racista, de supremacia machista dos homens sobre as mulheres que tantas mortes tem causado devido à má formação psíquica e social dos homens. Muitas de nossas opiniões têm origem em nossa crassa ignorância.

Na realidade, formamos nossas opiniões de acordo como a forma que vemos o mundo e como nos vemos diante dele, em grande parte devido às nossas próprias miopias ou mesmo cegueira socioeducativa. De alguma forma, todos carregamos dentro de nós frustrações e, supostamente, precisamos projetar em alguém sentimentos em forma de variadas agressões.

Então, caros leitores, está na hora de descobrirmos novos modos de lidar com a opinião dos outros, a fim de que elas deixem de nos afetar e nos envenenar interiormente.

Desculpem o exemplo chulo! Opinião é como bunda, todo mundo tem, mas algumas opiniões destrutivas não podem fazer parte de nossas existências, não podem penetrar em nossa subjetividade (nossa vida mental), a ponto de dominar nossa autoconsciência.

Quando alguém manifestar uma opinião maldosa em relação a você, não a aceite. Deixe que a opinião de má fé fique com quem a emitiu. Lembre-se: viver bem nesse mundo de opiniões perversas é a melhor vingança! (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *