NOVA MORTANDADE – MILHÕES DE ABELHAS APARECEM MORTAS EM APIÁRIOS DE IBIÚNA
Em dezembro de 2018, vitrine online noticiou com exclusividade, a morte de milhões de abelhas em apiários na região do bairro do Piratuba, no município de Ibiúna. Agora, desde o último dia 6, esse fenômeno se repete no mesmo lugar.
O apicultor João Adão Moreira Leal, representante dos apicultores da região, ao denunciar o fato, que considera “uma nova tragédia ecológica”, faz uma grave denúncia:
“A Secretaria do Meio Ambiente não tomou nenhuma medida de prevenção”, para que a mortandade não se repetisse.
Desta vez, as mortes começaram a ser verificadas no dia 6. No dia 12, última segunda-feira, o representante dos apicultores da região deu entrada no protocolo [15572012019] da Prefeitura pedindo medidas urgentes para detectar a causa da mortandade e para que fossem tomadas as providências em relação ao problema. “Até hoje, dia 16, não tivemos nenhuma resposta da Prefeitura.”
Na mesma data, entrou em contato com as autoridades da Secretaria da Agricultura e foi orientado a procurar a Secretaria do Meio Ambiente, a fim de que fosse aberto um processo para a tomada de providências.
Análises laboratoriais realizadas em amostras de abelhas recolhidas em dezembro do ano passado confirmaram que as mortes foram causadas pelo Flutriafol, um fungicida de uso agrícola.
DENÚNCIA DOS APICULTORES
Tendo em vista a gravidade da situação, vitrine online reproduz abaixo o depoimento prestado pelo apicultor João Adão Moreira, a fim de que as autoridades municipais possam tomar conhecimento e tomar as medidas esperadas pelos produtores:
“Em torno de 10 de dezembro de 2018 foi identificado o foco da mortandade de abelhas, em uma distância mapeada de 10 km aproximadamente e um raio de 500 a 800 metros na margem da represa Itupararanga, onde houve a perda de 12 a 15 milhões desses animais, não apenas nos apiários, mas também nas colmeias na natureza.
Os órgãos oficiais responsáveis foram alertados. A Secretaria do Meio Ambiente e a Secretaria da Agricultura encaminharam técnicos nos locais, o que apenas ratificou aquilo que tinha sido relatado.
Tivemos também a presença de outros especialistas na área, como representantes da Colmeia Viva, de Piracicaba, e biólogos de outras regiões.
Foram feitas coletas de animais vivos em iminência de morte, que foram encaminhados pela Secretaria da Agricultura para o Laboratório Eurofins, em Indaiatuba.
Os apicultores encaminharam amostras para outro laboratório, em outro estado, e ambos os resultados constataram que o agente causador da bactéria que levou à morte das abelhas érea o fungicida Flutriafol.
Não apenas os apiários, mas também as abelhas nesse entorno na natureza foi afetada da mesma forma. Vale ressaltar que as abelhas dos apiários não são prisioneiras.
Não foi feita nenhuma ação por parte da Secretaria do Meio Ambiente, que teve ciência dos fatos e não tomou nenhuma medida de prevenção.
Esse desastre ecológico voltou a ocorrer agora, com os mesmos sintomas da primeira ocorrência em dezembro de 2018, devastando as colmeias dos apiários e também da natureza.
Alguns apicultores, como é o caso do sr. Daniel, sr. Antonio e sr. Gilberto desativaram seus apiários, pois todas as colmeias morreram. Isso se calcula em torno de 37 colmeias.
Coube a mim mapear a região com outros apicultores e apresentar um diagnóstico no qual pode ser constatada a VERACIDADE dos fatos relatados.
Das nossas 80 colmeias e mais de 20 colmeias na natureza não há perspectiva de recuperação. Como empreendedor, a fim de prevenção o nosso apiário já havia dado início a migração das colmeias para outras regiões, mas não houve tempo hábil, essa seria uma das medidas a serem tomadas. Indiferente do resultado final, isso vai ocorrer.
Como ficam esses animais da fauna? Não ficam, pois todos (os apicultores) estão desanimados. Essa prática é muito pertinente nessa região, como ocorreu com as CAPIVARAS que foram dizimadas na região, a prova disso é que não tem mais indícios desses animais na região desse mapa.
Cabe à Secretaria do Meio Ambiente averiguar essas denúncias e tomar as devidas providências, de acordo com suas atribuições, notificar outros órgãos superiores como a Secretaria da Defesa Agropecuária, Ministério Público e descobrir a origem do agente e do uso indevido desse fungicida.
Vale ressaltar que no ano passado deixamos de colocar no mercado entre 4.500 a 5.000 mil quilos de mel, mas isso é o de menos.
A importância desses animais para a sobrevivência de outros seres vivos é muito maior do que alguma perda financeira, para as pessoas que conhecem a importância das abelhas, vão saber a nossa causa. Abelhas não moedas de troca, são vida.”
FATO SE REPETE
No dia 12 de dezembro de 2018, vitrine online noticiou com exclusividade, depois de fazer uma transmissão ao vivo com o apicultor João Adão Moreira Leal, 59, a mortandade de milhões de abelhas no bairro de Piratuba, em Ibiuna.
Na ocasião ele informou que era a primeira vez que esse fenômeno ocorria, considerando o fato como “uma tragédia ecológica”. O foco se encontra “ao lado de um braço da represa Itupararanga”, disse. A mortandade começou a ser percebida na véspera, dia 11.
A partir daí, vitrine online deu continuidade à cobertura, o que incluiu ouvir as autoridades das Secretarias Municipais da Agricultura e do Meio Ambiente, sobre as providências que estavam sendo tomadas.
No dia 23, a revista relatou que estudos científicos internacionais confirmaram que a vida das abelhas é crucial para a vida no planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas, já que na busca do pólen, seu alimento, as abelhas polinizam plantações de frutas, legumes e grãos.
CAUSA DAS MORTES
No dia 9 de março de 2019, finalmente foi anunciado o resultado de análise laboratorial. Encontraram em amostras de abelhas a presença do composto Flutriatol, um fungicida de uso agrícola, como a causa da mortandade.