MORTANDADE DE ABELHAS – SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DIZ QUE A “SITUAÇÃO É ATÍPICA”

A notícia publicada ontem (16) por vitrine online, dando conta da mortandade de milhões de abelhas no bairro do Piratuba, no município de Ibiúna, pela segunda vem em oito meses, provocou inúmeras reações de indignação por parte dos leitores. A causa provável é o uso sem controle do fungicidas como o Flutriatol, de uso agrícola, que comprovadamente provocou a mortandade de milhões de abelhas em dezembro de 2018.

Tão logo leu a notícia, o secretário do Meio Ambiente, Jean Marcicano, publicou o seguinte comentário, que revela a posição da Prefeira sobre essa questão preocupante.

“Caros. É o seguinte, infelizmente isso é uma situação atípica. E lógico que nós do meio ambiente não gostamos nada disso do que aconteceu e é óbvio que precisamos tomar alguma providência! É o que estou buscando fazer; no entanto existem algumas condicionantes que dificultam nossa ação:

1° a secretaria do meio ambiente não tem amparo legal municipal para abelhas sem ferrão, é o “ESTADO” que tem;

2° o laudo comprovou que pode ser algum uso indiscriminado de algum produto químico em específico fungicida, só que foi num raio de quase dez km. Identificar o autor não é uma tarefa fácil vez que não tem fotos do responsável ou algo do tipo;

3° buscando quem tem amparo legal para de fato multar e coibir tal ato, mas provavelmente a polícia militar ambiental do Estado tem e a coordenadoria de fiscalização do estado e temos parceria e estamos agindo em conjunto.

A Secretaria do meio ambiente poderá acompanhar neste primeiro momento e vai acompanhar até que isso seja solucionado, pois é um desejo nosso!

As abelhas sem ferrão é extremamente importante para manutenção do meio ambiente, é vida; e de forma alguma iremos ficar confortável sem a resolução dessa situação, mas uma hora vamos resolver e com certeza iremos pra cima, usaremos todos os contatos possíveis, seja polícia ambiental, seja fiscais da agricultura, seja coordenadoria de fiscalização ambiental do estado. Isso não ficará impune. Portanto quem fez isso, quando descobrirmos sofrerá duramente as consequências, sanções e penalidades, questão de tempo.

Portanto, não brinquem conosco…não estamos nada contente com essa situação, nenhum órgão fiscalizador está contente. Seja secretaria, seja PM ambiental, seja fiscais da agricultura, estamos atentos. Quem souber de alguma informação sobre este criminoso denuncie. Por favor!”

APICULTORES ESCLARECEM

Ao ler os comentários do secretário do Meio Ambiente, os apicultores da área afetada esclarecem que não está acontecendo o que secretário informa:

“As abelhas sem ferrão dos meliponários e da natureza não foram afetadas em momento algum, pois se trata de animais nativos e, de acordo com as pesquisas feitas, estão adaptadas a diversas situações. O seu raio de ação é muito pequeno dos meliponários. As abelhas afetadas foram as apis ou popularmente conhecidas como abelhas africanizadas ou europeias, que não são nativas de nossa fauna.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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