COISAS DA NOSSA CIDADE – VERGONHA E MAIS VERGONHA

Andando hoje (10) pelas ruas de Ibiúna vi coisas de dar vergonha para uma cidade que se intitula estância turística, mas que nada tem estruturado que justifique esse título, além de sua beleza natural que está sendo dilapidada pouco a pouco, mas vorazmente.

Passei pela famigerado calçadão que liga a rua Guarani à rodoviária, esta, uma vergonha à parte, chegou a ser chamado à francesa de boulevard, acredite, se quiser, mas, na realidade, é um lugar sujo, cheio de buracos traiçoeiros e, exatamente hoje, cheirava a esgoto que vazava na via pública.

Na avenida Fortunatinho, o esgoto correndo continuamente ao longo do meio fio, isto no centro da cidade, também.

Em frente às chamadas Casinhas, no início das Estrada da Cachoeira, o espetáculo diário do lixo acumulado e transbordando pela via pública, outra vergonha para a estância turística. Mas esse não é caso isolado, existe em todas as estradas do município. Cadê os caminhões alugados com essa finalidade, e celebrados com pompa e circunstância?

Ao longo da estrada monte de lixo esperando pela coleta e a buraqueira, outra vergonha que causa danos nos veículos, além do desconforto para quem segue nos veículos, mas para que pensar em comodidade para os munícipes, né?

Já li que a autoridade só existe se “faz (o povo) sofrer”, e não é exatamente isto que estamos vendo por todo o município e, de tanto reclamar, os cidadãos parecem ter perdido até mesmo a mínima crença de que haverá uma reação positiva por parte das autoridades. Estão cansados de tanto reclamar em vão.

Aliás, onde estão as autoridades notavelmente caladas, o que elas estão fazendo pelo sofrido povo ibiunense? Bem parece que agora vai ter um circo, resta saber se haverá também o pão, porque ninguém é de ferro e precisa rir um pouco, às vezes da própria desventura.

É preciso admitir, pelo menos até o momento, que a Viação Raposo Tavares aparentemente está dando conta do recado, pois as queixas, um indicativo de falhas, deixaram o cenário. As famigeradas LCP e Viação Veloz felizmente desapareceram, ainda que tardiamente, do cenário.

Por último, mas não menos importante, temos um governo local estranhamente oculto e distante do povão, talvez por ter criado uma “realidade” própria, em vez de enfrentar os problemas de modo claro e transparente.

E, assim, o tempo flui rapidamente e as atenções se voltam para as eleições de 5 de outubro de 2020 como símbolo de esperança de novos tempos, mas certamente com outros personagens no Executivo e no Legislativo. Essa é a marca visível da nova esperança ibiunense. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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