BOM-DIA, IBIÚNA!

Nós, os ibiunenses, notoriamente decepcionados com a administração do município, não devemos desistir da esperança de que poderemos mudar nosso destino para melhor com nosso voto livre e consciente. Nada é para sempre!

Até o dia 4 de outubro de 2020 – o tempo não para – continuaremos pagando o mico das últimas eleições que evocam uma pergunta que não quer calar: por que é raro ter bons políticos?

Eles existem, mas constituem exceções e enfrentam enormes desafios diante das maiorias políticas, cujos hábitos repetitivos são bem conhecidos do povo, mesmo entre os mais humildes que sofrem na carne as consequências dos seus desmandos.

Bons políticos são aqueles que servem à população, mantendo em segundo plano seus interesses particulares, como se verifica com facilidade em suas condutas em cenários públicos e na surdina dos acertos no privado, entre quatro paredes.

A situação presente na Câmara Municipal dá vantagem de sobra em apoios explícitos e implícitos ao atual prefeito. São dez vereadores situacionistas e cinco da oposição, invariavelmente vencidos pela maioria sobretudo em relação aos projetos e intenções do chefe do Executivo.

Um parlamentar conta-me as agruras por que passa, assim como das suas frustrações, diante da bancada governista extremamente dócil ao Poder Executivo e alvo de críticas furiosas de parcela população.

Nesta terça-feira (5) haverá eleição da Mesa Diretora, hoje formada somente por vereadores da base aliada, que dirigirá as atividades em 2020, ano eleitoral. A possibilidade de continuar no comando da Casa, pelos motivos aqui apontados, é considerável.

No entanto, a cobiça pelo cargo de presidente do Poder Legislativo ibiunense está colocando em situações opostas dois parlamentares da base governista, que já pediram voto até mesmo para seus colegas oposicionistas. Uma atitude risível, mas não politicamente!

Entrará em cena, como acontece, o desejo do prefeito que, certamente, terá peso decisivo em quem deverá ser eleito, de acordo com sua estratégia política visando à eleição do próximo ano, já que deseja manter-se no cargo por meio de reeleição.

O grande problema continua sendo o imenso distanciamento dos munícipes da realidade administrativa e política no município. O comparecimento de cidadãos na plateia da Câmara só alcança peso e influências significativos em questões pontuais que envolvem interesses de certas categorias ou em momentos de decisões que mexem com a população diretamente, como foi o caso da votação do aumento do IPTU.

Enquanto isso, o povo, cada vez mais descrente em seus representantes no Executivo e no Legislativo, paga uma conta em sofrimentos diários, seja por falta de obras necessárias, por exemplo, a melhoria das estradas, seja na prestação de serviços de baixa qualidade, como ocorre no sistema público de saúde, particularmente no Hospital Municipal.

Se o povo está acordando, como se espera [ou não], é o que se confirmará daqui a onze meses quando se dirigir de suas casas em direção às urnas, movidos por própria conta e não por meio de transporte proporcionado pelos candidatos, o que é proibido pela Lei Eleitoral.

Será exatamente nesse momento que decidirá seu destino. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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