HOMEM DO CAJADO SAGRADO FALA DO MEDO COMO UMA FORMA DE PRISÃO

Tenho um compromisso de fé com o Homem do Cajado Sagrado. Por isso, invariavelmente compartilho com meus leitores suas palavras de um ser evoluído espiritualmente. Temos em comum o fato de sermos filhos de Deus, a fonte de sua inspiração perene.

Ele é pessoa mais livre e sábia que conheço, pois ultrapassou os limites convencionais de necessidades que nos aprisionam. Seu único trabalho é amar os humanos como a si mesmo. Vive sem nenhuma expectativa ou medo de viver ou de morrer que tantos sofrimentos causam a todos aqueles que se escravizam em nome de uma sobrevivência marcada por incertezas crônicas.

— Carlos, tantas mudanças estão em curso de uma forma tão acelerada e caótica que é cada vez mais difícil encontrar um homem tranquilo e feliz. Por isso se sente perdido, sem rumo e enfermo.

— A vida, o melhor presente dado à Humanidade, está sendo desperdiçada pelo desejo irrefreável de ter em vez de ser.

— É verdade, Homem do Cajado Sagrado! Nos tornamos criaturas sem perspectiva da felicidade como busca, intoxicados pelas amargas experiências do passado, em nossas existências carregadas de dor e frustração.

— O homem nasceu para ser livre e ter sentimentos de amor, carinho, gratidão e não para se envenenar com ódio, inveja, frustração. Ele precisa despertar e sair das profundezas de sua mente para a luz do diálogo. Em vez de manter relações “Eu-aquilo”, precisa saber que o melhor para si é se relacionar na forma “Eu-Tu”, que constitui o “Nós”.

Meus olhos lacrimejam.

— Por que os homens não percebem a preciosidade dessa equação, Homem do Cajado Sagrado?

— Na Antiguidade, já se sabia que a felicidade da sua vida depende da qualidade dos seus pensamentos. Ter clareza dos pensamentos, embora seja uma tarefa difícil no início, é o primeiro passo para um grande crescimento individual. E tem mais:

— Para despertar, é preciso compreender que o que está atrás de nós e o que está a nossa frente são coisas pequenas quando comparadas com o que está dentro de nós.

— Bem, Carlos, não quero me alongar em demasia, mas uma grande descoberta é que os seres humanos podem mudar a sua vida alterando suas atitudes. Todas as pessoas deveriam se esforçar para seguir o que está certo e não o que é estabelecido pelos outros.

— Minha missão neste mundo terreno é contribuir para que haja compreensão dos diversos tipos de sofrimentos provocados pelas crenças, preconceitos e hábitos que podem ser aliviados alterando as crenças, abandonando os preconceitos e modificando os hábitos.

Esse diálogo ocorreu sob uma chuva torrencial. Estávamos abrigados sob o teto de uma garagem. Quando o Homem do Cajado Sagrado se despediu com um sorriso carinhoso, entrou na chuva e desapareceu flutuando no ar. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)  

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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