IBIÚNA – PREFEITURA FALA SOBRE MORTE DE BEBÊ E REPELE CRÍTICAS DE GINECOLOGISTA DE SÃO ROQUE

No dia 5 de último, o médico ginecologista dr. Juan Carlos Paulino D Albuquerque, que atende na Santa Casa de São Roque, fez uma postagem ao vivo pelo Facebook orientando as gestantes ou seus familiares a reclamarem do atendimento que recebem na maternidade do Hospital Municipal de Ibiúna.

Citou que procurassem a ouvidoria municipal e órgãos da imprensa para formalizarem suas queixas e fazerem valer seus direitos por um atendimento médico-hospitalar satisfatório.

Essa manifestação viralizou na região sobretudo pela gravidade das declarações do médico, que exemplificou com um caso específico de uma parturiente que atendeu [“vinda de Ibiúna”] na Santa Casa de São Roque e cujo bebê acabou indo a óbito, como se constatou no parto realizado na Casa da Gestante de Ibiúna.

Em síntese, ele disse “estar cansado” de receber gestantes de Ibiúna que deveriam ser atendidas na maternidade ibiunense ou transferidas para hospitais de referência da região Sorocaba, que não é o caso de São Roque.

Vitrine online entrou em contato com a Santa Casa de São Roque para obter mais esclarecimentos sobre o assunto, como número de gestantes ibiunenses atendidas nessa instituição desde o ano passado, mas até o momento em que redigíamos esta notícia não obteve retorno.

No ano passado [administração anterior], o ginecologista fizera outra postagem ao vivo em que fez diversas denúncias da precariedade do atendimento de gestantes no Hospital Municipal de Ibiúna. Suas declarações foram igualmente vistas por milhares de pessoas. Dr. Juan informou que, por sua atitude, chegou até mesmo a ser “ameaçado de morte” na ocasião.

Nota de esclarecimento

A pedido de vitrine online, a Secretaria Municipal de Saúde enviou nota em que esclarece os procedimentos adotados em relação à paciente cujo bebê foi a óbito na Casa da Gestante de Ibiúna. Sem explicitar o nome do médico são-roquense, a nota assinala que “nenhum plantonista encaminha paciente de ‘boca’ para outro hospital, inclusive da Santa Casa de São Roque, que é considerada primária”. Veja a íntegra:

“A Prefeitura de Ibiúna, por meio da Secretaria de Saúde, esclarece que foram realizados todos os procedimentos necessários no caso da paciente Márcia Cristina de Oliveira.

De acordo com o Coordenador da Maternidade, Dr. Mario Henrique D. de Sá, a paciente passou algumas vezes pela maternidade do Hospital Municipal, onde foi, todas as vezes, orientada pelo plantonistas a procurar o alto risco, visto que o Hospital Municipal é de baixa e média complexidade, sendo um dever do Estado atender gestações de maiores riscos, que exige alta complexidade.

A paciente esteve no Hospital Municipal de Ibiúna em 2 de março, e nesse dia estava com o Pressão Arterial (PA) normal e o Batimento Cardio Fetal (BCF) também, além de não estar com dilatação, sendo foi liberada após orientação. No dia 05 de março, retornou ao Hospital, proveniente de outro hospital, dando entrada às 1h25, com 8cm de dilatação e PA 180×130. Após medicada, deu a luz a um feto em óbito, 30 minutos depois. O feto pesava 2kg, vindo por meios próprios.

O Coordenador esclarece, também, que nenhum plantonista encaminha paciente ‘de boca’ para outro Hospital, inclusive a Santa Casa de São Roque, que é considerada primária, visto que todos os encaminhamentos são realizados via Cross, sempre com ambulância e vaga liberada e confirmada. Além disso, o Hospital só pode transferir casos graves e emergenciais que chegam à unidade e que tenha tempo ou vaga para transferência. O que muitas vezes ocorre é que devido a falta de credibilidade do nosso hospital, herdada por diversos problemas ocasionados na gestão anterior, muitas pessoas acabam por si só indo procurar atendimento em outras cidades.

O Hospital Municipal de Ibiúna, também, atende diversos pacientes de outros municípios e afirma que não importa o local que o mesmo reside, uma vez que fazemos parte do SUS. Vale ressaltar que nos últimos dias, devido a clara melhoria no atendimento do nosso hospital, tem aumentado bastante o número de pacientes na nossa unidade.

A Prefeitura de Ibiúna lamenta, profundamente, o triste fato ocorrido com a paciente e alerta para a importância do pré-natal em alto risco.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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