COMO VOU FESTEJAR O 7 DE SETEMBRO
Vou manter uma distância segura para não me deixar contaminar pela viral insanidade com a qual, alguns, em meio a autoridades do poder executivo, militares, líderes evangélicos, empresários e representantes do agronegócio, querem impor na comemoração do Dia da Independência.
A situação assumiu tamanha gravidade do ponto de vista da imprevisibilidade do que pode ocorrer que o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, instalado a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios, orientou seus compatriotas a não saírem de suas casas nesse dia, certamente levando em conta informações do serviço de inteligência do seu país.
As plataformas da internet estão fervendo como um vulcão cujas lavas incandescentes se esparramam em todas as direções podendo queimar sobretudo os incautos, aqueles que se deixam levar pela inflamação ideológica ou por pagamento em espécie para praticarem ações inconsequentes.
Ações radicais tendem invariavelmente a provocar danos psicológicos e/ou físicos porque são parecidas com disparos de manadas que, não raro, cobram um preço alto em relação a alguns indivíduos que são escalados para um jogo cujas regras desconhecem ou, ainda, em que não existem regras, a não ser aquelas que ocorrem nas imprevisíveis e elevadas temperaturas das manifestações públicas.
Bem, caríssimo/a leitor/a, para não te cansar, enfim revelo como pretendo festejar o 7 de Setembro que na adolescência me levava a participar orgulhoso de desfiles nas ruas centrais da minha cidade, na cadência das fanfarras.
Em suma, vou passar o 7 de Setembro observando os ipês amarelos floridos, que enchem o cenário com seu vibrante tom amarelo, uma das cores da bandeira nacional, símbolo da pátria querida.
Essa planta está encantando os cidadãos sensíveis por sua majestade colorida que torna a paisagem visual serena, pacífica e inspiradora.
Se nos ligamos a esse quadro de beleza natural podemos sentir os laços que nos ligam à Natureza, pátria mãe querida de todos nós, nos elevando para muito além da mesquinharia política e dos poderosos embriagados pelo torpor que o poder provoca quando sobe demais à cabeça, como se estivessem movidos pelas forças do mal, e infinitamente distantes da santidade do bem.
Parece haver nesses espíritos um incontido desejo destrutivo e mortal, já que aparentam se pretenderem deuses, mas não passam de seres desidratados de amor, obcecados por rancor e ódio, porque não conseguem compreender a beleza da vida, sem se sentirem deuses inferiores. (Carlos Rossini é editor de vitrine online)