IBIÚNA – CÂMARA ARQUIVA PEDIDO DE CASSAÇÃO DE VERADOR POR IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
A Câmara Municipal de Ibiúna arquivou na manhã de hoje (1º) ação que pedia a cassação do mandato do vereador Luiz Fernando de Góes Vieira (Piu), sem partido, por importunação sexual e falta de decoro parlamentar.
Veja como foi a votação: 08 vereadores votaram pelo arquivamento da ação – Aladin (sem partido), Devanil da Ressaca (PSD), Walmir Júnior (PSC), (Fausto Dourado (MDB), Jair Marmelo (PCdoB), Lucas do Samu (MDB), Ronie Von (PP), Abel do Cupim (PSD).
Votaram a favor do prosseguimento da ação: Rozi da Farmácia (PSL), Naldo Firmino (PP), Lino Júnior (PSDB) e Valnei Galvão (PRTB).
Piu (sem partido) por ser parte interessada não votou, assim como o presidente da Câmara, Paulinho Dias (PSL), cuja obrigação de votar somente ocorreria no caso de empate. O vereador Pururuca (DEM), chegou atrasado e não votou.
COMO FOI
A presença de cidadãos no auditório da Câmara foi limitado a 30% das cadeiras disponíveis. A imprensa teve acesso livre.
Conforme vitrine online havia noticiado ontem, o secretário da Mesa fez a leitura da ação que pedia a cassação do mandato do vereador Piu. Terminada a leitura [os defensores da vítima protestaram em vão para que fosse lida as provas contidas da denúncia, na linguagem advocatícia não permitiu acesso aos autos, ou seja, às provas ali contidas], o presidente da Casa colocou em votação se o plenário aceitava ou não a denúncia que, como vimos acima, foi rejeitada.

Nesse exato momento houve um aplauso da maioria das pessoas que se encontravam no auditório [vários funcionários da Prefeitura de Ibiúna e apoiadores do vereador denunciado].
Um advogado chegou a pedir a presença da Polícia Militar na Câmara com o objetivo de “retirar os funcionários municipais que se encontravam “em horário de expediente”, o que não aconteceu.
Havia um clima de nervosismo facilmente notável nas pessoas.
O vereador alvo da denúncia demonstrava estar surpreedentemente tranquilo durante a leitura. Pouco antes, ele participara da reunião entre os vereadores numa sala próxima do plenário.
Para quem tinha ouvido alguns vereadores ontem, o resultado não foi surpreendente. Havia algo que os franceses chamam de esprit de corps (espirito de corpo], que se manifesta quando os membros de uma corporação procuram proteger os seus colegas de profissão, quando cometem algum deslize. Por exemplo, um parlamentar que cometeu uma infração penal, para ser processado, deve haver a autorização de seus pares, e dificilmente isto ocorre.
Vários vereadores consideraram que na verdade a denúncia contra Piu não passou de uma “armação”, insinuação que é repelida pelas pessoas favoráveis à cassação do parlamentar que protestaram contra o fato de a Câmara Municipal nem mesmo ter querido investigar as provas do processo. Agora, a única esperança para a vítima e esse grupo de pessoas é esperar o veredito do Poder Judiciário, uma vez que a vítima entrou com ação criminal também no Ministério Público de Ibiúna.
NOTA DE REPÚDIO
Vanessa Longano, presidente do Conselho Municipal de Defesa da Mulher – CMDM, emitiu o seguinte manifesto sobre a decisão do Legislativo ibiunense:
“Nós do Conselho Municipal da Mulher estamos indignadas com o arquivamento dos autos de importunação sexual em desfavor do vereador. Os nossos vereadores deveriam ter aceitado a denúncia, uma vez que é dever destes fiscalizar e coibir qualquer conduta desabonadora em relação aos seus eleitores.
Nós do Conselho repudiamos qualquer conduta desabonadora às mulheres e estaremos presentes em todas as questões em relação ao nosso gênero.”
