8 DE MARÇO – DIA DE REFLEXÃO E MUDANÇA DO COMPORTAMENTO MASCULINO
No final do Século 19, mulheres em vários países da Europa e dos Estados Unidos protestavam pelo excesso de jornada de trabalho, com mais de 15 horas diárias e por salários melhores.
Em 25 de Março de 1911, em uma fábrica têxtil na cidade de Nova York, 125 operárias morreram carbonizadas, os protestos por melhores condições de trabalho fecharam mais de 500 fábricas têxteis americanas.
Na Rússia, durante a Primeira Guerra Mundial, ano 1917, em torno de 90 mil operárias manifestaram contra as más condições de trabalho, fome e a participação Russa na guerra, protesto este conhecido como pão e paz.
Em 1945, a ONU assinou o primeiro acordo que afirmava a igualdade entre homens e mulheres, mas apenas em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher.
O dia 8 de Março é considerado um momento de mobilização para a conquista de direitos e para que sejam discutidas as violências morais, físicas e sexuais sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi conquistado em vários países.
Em plena véspera da comemoração do Dia Internacional do Direito a Igualdade de Gênero, o que recebemos do Sr. Arthur do Val? Parlamentar, influencer digital e que se considera liberal.
Palavras repugnantes em relação à pobreza e às mulheres ucranianas.
Todos nós sabemos que a guerra só traz desespero, fome e impotência diante da situação de vida e morte.
Mas em um momento de reflexão, quantos Arthur do Val temos no Brasil? Quantos homens e mulheres pensam igual a ele?
Mesmo com mais de 100 anos de luta feminina por direitos e reconhecimentos, esse pensamento preconceituoso ainda persiste em muitos homens e até em mulheres.
Nos países em guerra, muitas mulheres e crianças lutam por sobrevivência, se tornando até escravas sexuais e sendo constantemente estupradas em troca de comida. O julgamento machista e misógino ainda prevalecem em uma boa parte da população dos países que se encontram em paz.
Para este dia 8 de Março, o nosso protesto deve ser para que as pessoas tenham consciência coletiva, mais humanidade e mais respeito.
Esse modelo de comportamento “Arthur do Val” não pode ser mais tolerado.
O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ibiúna repudia toda e qualquer forma de discriminação.
E, finalizando, o CMDM Ibiúna considera inadmissível o comportamento do parlamentar e espera a tomada de providências cabíveis pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
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Vanessa Longano, autora deste artigo, é presidente do CMDM – Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ibiúna.