IBIÚNA – FALTA DE TRANSPORTE PÚBLICO LEVA POPULAÇÃO AO DESESPERO

Todos os anos, no período das férias escolares, o número de ônibus que fazem transporte coletivo em Ibiúna é reduzido, o que naturalmente torna mais demorado esse serviço à população.

Vitrine apurou que nos anos anteriores o corte de ônibus em circulação foi de cerca de 30%. Este ano, no entanto, a medida foi mais drástica: a redução foi da ordem de 60%, o que explica o atual e notório desespero dos usuários: pessoas que têm hora para chegar ao serviço, ir ao médico, aos bancos, fazer compras, abrir lojas, comprar remédios, e tantos outros motivos.

Atualmente, cerca de 20 ônibus estão funcionando no município com mais de 90 bairros rurais, espalhados em um território imenso.

Supostamente, como ouvimos de pessoas do setor, esse problema seria decorrente da falta de pagamento de subsídios por parte da Prefeitura.

Os subsídios para o transporte público geralmente são repassados para as empresas de ônibus como apoio financeiro do governo para reduzir os custos operacionais das empresas e tornar o transporte mais acessível e econômico para os usuários.

Hoje, uma passagem de ônibus no município de Ibiúna custa R$ 5,50 para os usuários.

ESPERAS CHEGAM A 3 HORAS

Vitrine online ouviu na manhã de hoje (9) dezenas de pessoas que aguardavam ônibus na estreita calçada da Rua Guarani, para onde foram transferidos os pontos desde o dia 20 de novembro de 2021, quando se iniciou a reforma do terminal rodoviário, ainda não concluída.

Exatamente às 11horas não havia ônibus algum ali.

Sob um sol forte e calor intenso, homens, mulheres com crianças no colo, jovens, idosos procuravam se proteger sob toldos ou marquises das pequenas lojas que funcionam ali.

Com a maior parte da frota retirada de circulação, o resultado são atrasos desesperadores

Segundo depoimentos dos usuários, há lugares, como o Paiol Pequeno, onde a linha foi simplesmente suprimida, outras foram incorporadas por meio de desvios de itinerários. Os ônibus que atendiam o Lageadinho, por exemplo, foram substituídos por outros que fazem outras linhas e são desviados para lá, o que causa atrasos em cadeia.

“Está horrível”, disse um senhor de cabelos brancos, deixando claro que perdeu a esperança em atitudes positivas do governo municipal para resolver essa questão.

“A gente chega esperar até três horas para o ônibus passar”, disseram duas mulheres moradoras na Vargem do Salto.

A grande maioria, formada por pessoas simples, demonstrava estar resignada com a situação, como se fosse “normal” haver tão poucos ônibus e tanto atraso.

“Não adianta madrugar”, declarou um homem que passou a  que levar a mulher em seu automóvel para que ela não chegue atrasada no serviço todos os dias. Ela trabalha numa loja no centro.

“Nunca vi uma coisa dessa”, reclamou uma senhora de cabelos brancos cujo rosto vermelho respingava suor.

NOTIFICAÇÃO

Antes da publicação desta notícia convidamos o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fábio Bello, se ele gostaria de se manifestar a respeito desse assunto. Ele enviou a cópia de uma notificação que foi encaminhada ao diretor administrativo e financeiro da Viação Raposo Tavares:

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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