COMO VOTARÃO OS IBIUNENSES ESTE ANO?

É impressionante como os agentes políticos de Ibiúna, uma cidade localizada a 70 km de uma das maiores metrópolis do mundo, continuem praticando uma política partidária rasa, medíocre e arcaica.

Cidadãos esclarecidos nos informam que essa é uma das mais importantes causas que mantém o município estagnado e com um atraso de há décadas em relação a cidades vizinhas, como Piedade e São Roque, que tem atraído investimentos notáveis com a criação de milhares de empregos diretos.

Dizem mais: há, entre os políticos poderosos e redundantes e alguns empresários conservadores que agiriam discreta, mas deliberadamente, para que a cidade se mantenha como está por muito tempo,  a fim de reinarem soberanos.

E, como se vê, a conjuntura desse quadro se arrasta ao longo do tempo, tendo afetado até mesmo a esperança do povo que habitualmente diz: “Não adianta, sempre foi assim; não vai mudar.”

A população, desse modo, vive sob esse estigma do qual os políticos espertalhões se valem para revalidarem seus mandatos, o que também é uma forma de não-mudança. “Sempre os mesmos”, gritam alguns.

“Mas são vocês que votam nos mesmos”, retrucam outros. E cosi la nave va. E todos acabam pagando a conta na forma de problemas eternos nos setores da saúde pública, das estradas rurais sempre precárias, do vergonhoso transporte público, para ficar em apenas três citações.

Este ano, não deverá ser diferente do que ocorreu nas eleições municipais de 2020. Na ocasião, houve nada menos do que 9 candidatos. Ainda que estejamos no primeiro mês do ano, os bastidores da política ibiunense estão fervendo: conquistas de partidos, de candidatos a vereadores, de apoiadores, de financiadores de campanha. Isso de fato é uma coisa comum.

Aparentemente, já devemos ter algo próximo de 9 pré-candidatos , incluindo o atual prefeito que disputará a reeleição contando com a máquina administrativa na mão que já começou a aproveitar todos os eventos para chamar a atenção para si, como grande realizador e benfeitor.

Recentemente, por exemplo, reuniu no maior salão de eventos da cidade todos os personagens envolvidos com a educação (professores, diretores, auxiliares, etc.) e fora dela. Foi na realidade um megaevento chamado de “acolhimento” para o início das aulas na rede básica de educação e apresentar o material escolar que será distribuído ao alunado.

Megaevento realizado na ADI, na sexta-feira (26): acolhimento par professores, gestores e demais colaboradores da rede municipal de ensino. Na ocasião foi exibido o kit escolar a ser distribuído aos alunos. Mais de 800 pessoas estiveram presentes, segundo da Prefeitura de Ibiúna. Fotos: Divulgação

Eventos dessa natureza não ocorreram nos anos anteriores, segundo nos informa um professor.

Entendemos que o maior desafio que se apresenta para os demais pré-candidatos é o enfrentamento do pré-candidato à reeleição que conta como principal aliado e mentor o mais astuto político ibiunense, que ainda conta com grande prestígio popular, sobretudo na zona rural do município, que detém maioria dos votos em relação ao centro da cidade.

Não se sabe ainda o número de cidadãos descontentes com a atual administração e o que representará na contagem dos votos válidos. Aparentemente, pelos comentários que se verificam nas redes sociais, toda vez que o chefe do Executivo faz alguma postagem, há uma aparente rejeição crescente. Só uma pesquisa de caráter científico poderá medir com maior precisão esse fenômeno.

Em 2020, o então prefeito que disputava a reeleição estava nas vésperas da votação com o maior índice de rejeição entre os demais candidatos, obtendo um resultado medíocre em relação ao eleito.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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