IBIÚNA – PREFEITURA BLOQUEIA AVENIDA PARA RELIZAÇÃO DE FEIRA LIVRE E PROVOCA INDIGNAÇÃO POPULAR

O repórter da TVUNA e editor de vitrine online foi despertado na manhã de hoje (16) por um ciclista que passava pela avenida Antônio Falci, que contorna a área urbana da cidade de Ibiúna. Ele comunicava que a importante via pública se encontrava interditada para a realização da feira livre das quintas-feiras. Como assim? Ele enviou umas fotos. O jornalista levantou, mudou a roupa e foi ao local conferir.

A avenida que na verdade é um trecho urbano da uma rodovia estadual, que liga São Paulo a cidades do Sul, e Ibiúna a Piedade, de fato estava interditada num longo trecho por cavaletes da GCM.

Sem acreditar no que via, por considerar um despropósito interditar uma via pública dessa magnitude e desviar o trânsito pesado para duas ruas centrais da cidade, a avenida Vereador Benedito de Campos e a avenida Maria de La Farina Milani, que tiveram um tráfego intenso e congestionamento em vários momentos.

Ao cumprir sua missão de informar a população, o repórter da TVUNA gravou um vídeo explicando que, por causa da ocupação das duas áreas de lazer da cidade por um circo e um parque de diversões, como parte dos festejos da 105ª Festa de São Sebastião e do Divino Espírito Santo, ou seja, sobrou para os feirantes que fizeram declarações tais como “nos tratam como ciganos”, “somos jogados de um lado para o outro”, “as autoridades nos desrespeitam”.

Os cavaletes interditando a avenida foram colocados na junção da av. Antônio Falci com av. Vereador Benedito de Campos, bem distante do local da feira
O trecho interditado foi bem longo entre a junção das avenidas e a rotatória da CPFL. Os fregueses tinham que encontrar um local distante para estacionar seus carros, o que motivou uma queda no movimento normal

A feira deveria ser realizada numa dessas duas áreas de lazer simplesmente foi deslocada para um lugar obviamente inadequado.

Foi possível observar que a situação ficou complicada tanto para os feirantes quanto para os seus clientes pelas distâncias a serem percorridas a pé, alguns feirantes não compareceram, pessoas habituadas com o lugar tradicional se queixaram de não saber onde estava a feira e tampouco se estava sendo realizada porque os cavaletes se encontravam muito distantes das bancas.

A previsão de todos os comerciantes era de queda de vendas.

Tanto a TVUNA quanto a revista vitrine online ouviram literalmente a maioria dos feirantes  e se notava claramente uma notável indignação dessa medida surpreendente adotada pela Secretaria Municipal da Fazenda, órgão encarregado pela arrecadação de impostos e fiscalização das atividades econômicas.

Como todos demonstravam um temor com relação a possíveis represálias no vídeo postado não há imagens e tampouco declarações individuais de feirantes.

O local tradicional para a realização da feira está ocupado por um parque de diversões que está em fase de montagem

REPERCUSSÃO IMENSA

Até o momento continua intensa a repercussão do vídeo com severas críticas da população contra a atitude da Prefeitura que poderia programar a feira para qualquer outra rua da cidade, mas nunca em uma rodovia, foi o que a maioria declarou em diferentes formas.

À tarde, o repórter da TVUNA e da revista vitrine online recebeu, via WhatsApp, uma queixa de um funcionário municipal. Em resumo ele disse que “é fácil fazer críticas”, “por que você não faz uma sugestão para a realização da feira?”.

O jornalista, então, fez a sugestão para que a feira fosse realizada na avenida Fortunatinho, onde se realizou por muitos anos de modo tranquilo e seguro. “Ah! – mas o povo dali também não quer a feira.” A resposta: façam o seguinte considerem que haverá mais três quartas-feiras, vão de casa em casa nas residências da Fortunatinho e expliquem as razões por que a feira deve provisoriamente se realizar ali. Deem orientação a todos os moradores para o período em que o trecho da avenida será interditado, a fim de que se preparem antecipadamente para organizarem suas atividades nesses dias. Coloquem-se à disposição para ajudar no que for possível. Agindo assim, a possibilidade de as coisas acontecerem de modo harmonioso será mais provável do que simplesmente mudar uma feira para um trecho urbano de uma rodovia estadual.

Houve congestionamentos nas avenidas Maria Faria de La Milani (foto) e Vereador Benedito de Campos

SUGESTÃO

Pela repercussão popular negativa, seria oportuno que a autoridade responsável pela realização das feiras refletisse e não repetisse o mesmo erro cometido insensatamente no dia de hoje, revelando notáveis limites de percepção da realidade, além de formular uma estratégia eficaz contra medidas dessa natureza.

Alguém disse que a mudança para esse local foi decidida porque os feirantes estariam de acordo. Como ouvimos praticamente todos os feirantes hoje pela manhã, nada indica que tenha havido essa aprovação, pois eles declararam que são desrespeitados e jogados de um lado para o outro o tempo todo, apesar de pagar os tributos durante todo o ano.

Na semana passada, a prefeitura havia mudado a feira para um trecho da avenida Vereador Benedito de Campos, no centro, os comerciantes dali reclamaram, a opção escolhida foi esse local fortemente criticado.

O comunicado divulgado pela Prefeitura sobre a localização das feiras até o dia 9 de junho

ALGUNS COMENTÁRIOS

Evitamos aqui reproduzir comentários com adjetivos pesados, mas a indignação popular foi imensa.

Mulher: “Um desrespeito total, Ibiúna virou a casa da mãe Joana.”

Comerciante: “Absurdo! Conseguiram se superar dessa vez…não precisava dessa trapalhada.”

Advogado: “Desgoverno. A administração não consegue organizar um local para uma feira livre.”

Mulher: “Vergonhoso.”

Mulher: “Sem comentários, isso é uma vergonha!”

Homem: “Meu Deus! O que é isso, não tem mais jeito. Só basta ir embora mesmo para outra cidade. Porque não dá para agüentar isso.”

Mulher: “Só Ibiúna mesmo!”

Homem: “Palhaçada! Agora é tanto desvio que se tiver horário para algo, perde.”

Homem: “Vergonha! Não tem nenhum preparo na gestão.”

Mulher: “Procurei a feira hoje e nem achei, estava de moto, vi que esse trecho estava fechado, mas nem passou pela minha cabeça ver.”

Homem: “Lamentável esses dois últimos anos desta administração. Pior que as últimas gestões e de longe. Poucas coisas feitas só para impressionar e fazerem campanha.”

Mulher: “Ibiúna tem prefeito?”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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