MÉDICA AFIRMA: “MÉDICO TEM QUE GOSTAR DE GENTE”

Na condição de jornalista, profissional cuja função é informar a sociedade, atuando como editor da revista vitrine online e diretor da TVUNA, lançada no ano passado, recebo persistentes queixas de atendimentos médicos dos profissionais que atuam na rede pública de saúde no município de Ibiúna.

Antes de prosseguir, é preciso advertir que não devemos generalizar, pois há profissionais atenciosos, que sabem acolher e escutar os pacientes com respeito. Ainda bem que estes existem, senão seria um inferno dantesco a vida das pessoas que precisam de cuidados de saúde.

E também seria injusto imputar a eles/elas os problemas decorrentes da falta de estrutura e de gestão compatíveis com as necessidades operacionais, que os obriga a atender um número desmesurado de pacientes em cada turno de trabalho.

Só para lembrar, o parecer do Conselho Federal de Medicina – CFM, adotado também pelos conselhos regionais, preconiza que o médico atenda de 3 a 4 pacientes por hora. Na realidade, o número de atendimentos é muitas vezes maior do que isso diariamente.

Considere, por exemplo, que o Hospital Municipal de Ibiúna atenda algo em torno de 20.000 pacientes/mês, divida pelo número de médicos por plantões diários e verá um dos mais cruciais motivos das queixas: número insuficiente de médicos. Mas, existe outra razão não menos importante, do ponto de vista qualitativo.

Há médicos que – segundo relatos públicos e privados dos pacientes – são ríspidos, insolentes, desatenciosos, rudes, superficiais e, às vezes, arrogantes. “Nos fazem sentir como se a gente nem existisse.”

“Muitas vezes nem olham para as nossas caras e tampouco permitem que apresentemos adequadamente o que estamos sentindo.” Isso aconteceu, por exemplo, com uma médica que atua no Posto Central na avenida São Sebastião.

A médica simplesmente dispensou a paciente, sem deixá-la falar, porque “tenho mais gente para atender”. A paciente encaminhou uma carta ao secretário da Saúde que, até o momento, não deu nenhum retorno. E, possivelmente, jamais o fará.

Por tudo isso, é oportuno reproduzir aqui o que disse uma médica psiquiatra carioca conhecida em todo o Brasil por seus  oportunos depoimentos abertos à toda sociedade.

Ela é categórica: ‘Se você não amar as pessoas, não ouse fazer medicina.’

Médica psiquiatra, escritora e palestrante, a Dra. Ana Beatriz Barbosa da Silva é autora com mais de 2,5 milhões de livros vendidos e tem 4,5 milhões de seguidores nas mídias digitais.

Suas aparições em podcasts são arrebatadores de público. Os argumentos que utiliza são fluidos, simplificados, claros e autênticos. Esclarecem o público.

“MÉDICO TEM QUE GOSTAR DE GENTE”

Leiam abaixo o que ela disse em um podcast de modo taxativo:

“Médico não tem que gostar disso ou daquilo. Tem que gostar de gente.

Eu conheço muita gente que se forma em medicina para botar um jaleco caríssimo, para ter um carro caríssimo, para ter fotos caríssimas muito bem produzidas no consultório.

Medicina não é isso. Medicina é muito mais do que isso. Medicina é um ato de amor ao próximo. E se não consegue ver isso, você pode ser tecnicamente maravilhoso, mas se você não tiver essa conjunção de amar o próximo, você não ouse fazer medicina.

Aí tem gente que falou assim: como você gosta de uma pessoa que faz uma maldade? Eu gosto do ser humano. Eu gosto do ser humano que está por trás disso aí. Um dia ele vai ter que despertar. Acho que todos nós um dia vamos despertar. Uns não serão agora, outros não sei quando, mas, assim, eu tiro o pecado do pecador. Senão, não consigo viver e amar o ser humano.”

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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