IBIÚNA ELEIÇÕES 2024 – VENDER VOTOS É ATRASO DE [SUA] VIDA

 [Vitrine online, visando a contribuir com o processo eleitoral deste ano no município de Ibiúna, iniciou a publicação de uma série de matérias em prol do voto popular livre e consciente. Voto consciente é aquele que o eleitor decide por si mesmo.]

A corrida eleitoral em Ibiúna está em curso e, pelo menos até agora, se apresentaram cinco pré-candidatos ao cargo de prefeito. Haverá outro surpreendente? (*)

É certo que os políticos se aproveitaram como puderam para aparecerem na esteira do prestígio da maior festa religiosa de Ibiúna, a do santo protetor da cidade em maio.

Aliás, o país parece ter se acostumado de explorar a fé do povo na conquista do poder seja nos parlamentos ou nos poderes executivos, com poderosas bancadas “ungidas” pelo voto.

Uma grande massa que segue líderes religiosos inescrupulosos e milionários não consegue discriminar a política da religião. Ao contrário, tiram o melhor proveito dessa condição. Os votos dos evangélicos, para citar um exemplo, é disputado por atores políticos que se apossam dos louvores santificados. Lamentável!

Mas, o grande temor ouvido das pessoas no município de Ibiúna diz respeito à tradicional barganha de votos. Falam barbaridades de condenáveis compradores de votos especialmente junto a camadas da população mais simples.

Alguns acham até mesmo que tipo de procedimento pode fazer a diferença quando se fala dos indivíduos mais influenciáveis, seja por receber dinheiro em espécie ou materiais, os mais variados como cestas básicas, óculos, dentaduras, remédios, materiais de construção e sabe-se lá o que mais.

Esse problema se amplia ainda mais quando não se sabe quantificar o número de eleitores que chamamos aqui de “sonâmbulos”. Como se sabe, sonâmbulos são pessoas que andam enquanto dormem. Mas eles fazem mais ainda: durante o sono são capazes de realizar tarefas diversas como comer e falar, sem acordar ou ter consciência exatamente do que está fazendo.

E nós temos batido aqui na tecla do voto consciente, como aquele que é conscientemente decidido pelo eleitor sem ser afetado por nenhuma influência dos candidatos, porque são pessoas livres e pensantes. Sabem que em cada eleição os eleitos terão privilégios por assumirem um mandato de quatro anos, um significativo período tempo de vida da população.

Quando alguém se dá conta da história, já se passaram dez, vinte, trinta anos de suas vidas e a cidade parece que não consegue cumprir as vãs promessas de construir um futuro melhor, como todos prometem.

Essa sensação desagradável de que a cidade sempre está abandonada parece se eternizar, enquanto outras cidades vizinhas parecem se tornar cada vez melhores, especialmente no campo da economia com geração de empregos, sobretudo para a juventude, e melhorias também em outros setores, como saúde, estradas, segurança pública, educação, meio ambiente.

Quem é capaz de se lembrar as promessas feitas em campanhas dos últimos vinte anos? Quantos sabem das promessas eleitorais o que foi cumprido? Quem consegue avaliar corretamente um governo pelo que fez e deixou de fazer?

Muitos falam que o povo tem o governo que merece. Esse é um chavão citado com frequência e tem fundamento em fatos reais, mas é preciso também considerar os atributos dos candidatos. Quem realmente é líder capaz de fazer um bom governo? É ele capaz de montar uma equipe sintonizada com os valores requeridos por um bom governo?

Nesta semana, ouvindo uma jovem ibiunense sobre essas questões, diante de um cenário gerador de insegurança e desconfiança, concluiu: “Teremos sorte se conseguirmos eleger o menos pior.” Quantos cidadãos estão pensando da mesma forma neste momento?

Adoraríamos se os “sonâmbulos”, de repente, despertassem de um sono que, por definição, tem um nome (perdão leitores!) bem feio: hipnofrenose.

UM FIO DE ESPERANÇA

De qualquer forma, somente haverá uma necessária mudança de mentalidade eleitoral em Ibiúna, que possibilita uma virada no jogo político, se a maioria dos eleitores despertar e realizar o “milagre” de perceber a realidade com clareza, pensar, avaliar e agir por meio do voto livre e consciente.  

(*) Esse texto já estava escrito quando surge a surpreendente notícia de que Fábio Bello, então secretário de Desenvolvimento Urbano, é exonerado “a pedido”, e se cogita que poderá se candidatar ao cargo de prefeito, assunto objeto de notória controvérsia.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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