JOHN LENNON E O “AGOSTO LILÁS”

John Lennon, fundador dos Beatles, a banda musical inglesa mais famosa do planeta, foi morto no dia 8 de dezembro de 1980, aos 40 anos, no edifício Dakota, onde residia, em Nova York.

A notícia de seu assassinato chocou o mundo, especialmente os milhões de fã apaixonados pelas vibrantes canções de um grupo de cabeludos da cidade de Liverpool que aparecem numa foto clássica atravessando em fila indiana uma rua londrina. O quarteto que eletrizou a juventude mundial era formado por John Lennon, Paul McCartney, Gerorge Harrison e Ringo Starr.

Um ano depois, Beto Guedes e Ronaldo Bastos, dois jovens músicos mineiros, integrantes do movimento musical Clube da Esquina, prestavam uma comovente homenagem a Lennon, com a linda “Canção do Novo Mundo”.

Um singelo trecho da canção faz uma pergunta impressionantemente atual com os fatos imponderáveis e cruéis que acontecem no mundo, como as guerras de antes e as contemporâneas, que matam impiedosamente uma infinidade de inocentes civis, sobretudo crianças, como na Faixa de Gaza.

 “Me diz como pode acontecer

Um simples canalha mata um rei

Em menos de um segundo?”

A música foi lançada em 1981, um ano após o assassinato do músico, e expressa a dor e a perplexidade diante da perda, além de reverenciar seu legado de sonhos e esperança.

A letra da música faz referências diretas ao ocorrido e à figura de John Lennon, como no trecho “Minha estrela amiga, por que você não fez a bala parar?”. A canção também aborda a ideia de que a força bruta não pode apagar os sonhos e ideais que ele representava.

Além de ser uma homenagem individual, “Canção do Novo Mundo” também reflete a influência dos Beatles e de John Lennon no movimento Clube da Esquina, do qual Beto Guedes fazia parte. A música, portanto, se insere em um contexto maior de admiração pela obra do músico inglês e de reflexão sobre o momento político e social da época.

A “CANÇÃO DO NOVO MUNDO”

Quem sonhou só vale se já sonhou demais

Vertente de muitas gerações

Gravado em nossos corações

Um nome se escreve fundo

As canções em nossa memória vão ficar

Profundas raízes vão crescer

A luz das pessoas me faz crer

E eu sinto que vamos juntos

Oh, nem o tempo amigo

Nem a força bruta pode um sonho apagar

Quem perdeu o trem da história por querer

Saiu do juízo sem saber

Foi mais um covarde a se esconder

Diante de um novo mundo

Quem souber dizer a exata explicação

Me diz como pode acontecer

Um simples canalha mata um rei

Em menos de um segundo

Oh, minha estrela amiga

Por que você não fez a bala parar?

Oh, nem o tempo amigo

Nem a força bruta pode um sonho apagar

Quem perdeu o trem da história por querer

Saiu do juízo sem saber

Foi mais um covarde a se esconder

Diante de um novo mundo

“AGOSTO LILÁS”

Sim, mataram brutalmente um “rei” e isso enche de tristeza nossa lembrança.

Mas, hoje é preciso falar das “rainhas anônimas”, as mulheres mães ou não, que têm sido vítimas de agressões brutais de homens imaturos e inconsequentes, não raro, fatais.

Na esteira da ideologia patriarcal [domínio dos homens sobre as mulheres], que sempre tratou a mulher com desprezo e objeto inferior, homem celerados vêm dando socos, chutes, pauladas, causando ferimentos com armas brancas ou disparos de fogo, numa intolerável banalização da morte.

“Agosto Lilás” é uma campanha brasileira de conscientização e combate à violência contra a mulher,  que ocorre durante todo o mês de agosto. O objetivo é informar a população sobre os diferentes tipos de violência doméstica e familiar, além de divulgar os mecanismos de denúncia e apoio às vítimas. A campanha também objetiva promover o respeito, a dignidade e a segurança da mulher.(*)

Mas, como escrevem em favor da vida esses renomados músicos mineiros “Nem a força bruta pode apagar um sonho”, sonho e esperança de que o lado luz do homem um dia consiga conter as trevas bestiais em que, supostamente, ainda estamos aprisionados, sejam vencidas pela força do amor (e respeito) ao próximo. (Carlos Rossini é diretor TVUNA e editor de vitrine online)

(*) A TVUNA e vitrine online publicarão notícia especial da série “GRANDES ENTREVISTAS” a partir da “Sala Lilás” que funciona na sede da Polícia Civil de Ibiúna, com a dra. Mariângela Borges, presidente da OAB-Ibiúna, e do delegado titular, dr. Sandro Távora.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.

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