EDITORIAL – CARTA ABERTA A IBIÚNA
Como diriam os latinos, “tempora volant” [“o tempo voa”]. A fragmentação do tempo de governo em Ibiúna por decisão da Justiça não impediu que se chegasse a dezesseis meses de governo, com as conturbações já conhecidas e o engessamento da máquina administrativa e a consequente percepção popular de que o município “está parado”. Se refletirmos que a principal função da política é ir ao encontro das necessidades do povo – a fim de satisfazê-las – é preciso cair a ficha geral das autoridades públicas do Executivo e do Legislativo e de toda a população para uma realidade possível – iniciar imediatamente uma campanha pública em torno do tema “IBIÚNA VAI DAR CERTO”.
A mesma ideia dita de outra forma implica a mobilização ousada, corajosa, transparente e solidária de todos aqueles que amam esta cidade de fato e contribuam para que, efetivamente, ela dê certo, ou seja, produza os resultados, em obras e serviços, que atendam os anseios da população. O desafio é grande, mas é melhor definir um rumo do que ficar patinando sem sair do lugar ou maldizer a escuridão. Para tanto, é preciso concentrar e aplicar uma energia criativa capaz de inspirar atitudes positivas de todos os servidores públicos, sem exceção, e dos quinze vereadores que, supostamente, são capazes se articular com os seus eleitores e abrir seu coração para uma realidade que depende de cada cidadão, utilizando como único instrumento de argumentação a verdade.
Já há cinco meses à frente do governo municipal, em sua segunda posse, o professor Eduardo Anselmo tem a seu favor uma imagem positiva de pessoa honesta e bem-intencionada que estaria, a esta altura, na iminência de contar com a chegada de recursos financeiros que por aqui aportariam depois de longa espera. O ano eleitoral deverá ajudar muito nesse aspecto. Três entre os seus assessores diretos que, em nosso entender constituem a intelligentsia atuante no momento, mas que ainda precisam superar questões intestinas entre si, poderão desempenhar uma função histórica de maior relevo no propósito exposto nesta carta aberta a Ibiúna.
Como já tivemos a oportunidade de defender, e isso pode acontecer em qualquer organização, jamais será o governante que irá qualificar o próprio governo, mas os governados, o povo. Assim, um executivo público pode trabalhar trinta horas por dia, deixar de almoçar, de dormir, se dedicar abnegadamente para cumprir seu compromisso com a realização do bem público, mas isso tudo terá que ser percebido de modo positivo pela população, para ganhar existência real.
Há poucos dias a Câmara Municipal de Ibiúna, numa maratona legislativa que durou oito horas, aprovou nada menos do que vinte e nove projetos de lei que estavam presos no gargalo da burocracia. O impacto e os efeitos das decisões tomadas ainda não chegaram ao conhecimento do povo. Vão chegar? Mas, entre eles, se incluem a vinda de doze médicos do programa Mais Médicos do Governo Federal para atenderem nos postos de saúde regionalizados, assim como a desapropriação de uma grande área para servir como novo polo industrial, na cidade pressionada a abrir o mercado de trabalho. Mas é preciso que a população seja informada da realidade relacionada às medidas recentemente tomadas na área da saúde pública, que culminou com a contratação de uma Organização Social para realizar a gestão plena do Hospital Municipal. Isto terá que fazer parte da percepção da “IBIÚNA VAI DAR CERTO”.
O que parece estar em jogo é a gestão não necessariamente dos recursos financeiros ou dos atributos dos vários projetos em andamento, mas gestão da informação destinada aos munícipes, sempre “sensibilizados” pela disseminação de informações adversas ou mesmo por iniciativa de pessoas que torcem pelo pior, não importa quem seja o governante. Cartas na mesa, sem truques ou dissimulações, é o nome do jogo necessário para que Ibiúna dê certo e encontre o caminho do progresso e da prosperidade, a fim de promover, tanto quanto possível, o bem-estar e a felicidade dos cidadãos.
De fato, uma observação à rotina diária na administração pública municipal, até agora, não sinaliza um despertar para a organização das ações políticas harmonizadas e sincrônicas com a organização das informações e das ações de bem informar o público. E é exatamente isso que parece carecer o governo para ser conhecido, interpretado e compreendido e apoiado em suas decisões. Assim, não basta fazer; é preciso mostrar o feito de maneira correta, clara e verdadeira. (C.R.)