NESTE SÁBADO ACONTECE A MAIOR MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA DE IBIÚNA

Duzentos e cinquenta cavaleiros se reuniram na cidade de Ibiúna, nas proximidades da rotatória da Vila Lima e, às onze horas da manhã de hoje (30), num clima de contagiante emoção, partiram em romaria para o Sertão a fim de buscar a imagem de São Sebastião, o santo protetor de Ibiúna. Uma cavalgada de mais de trinta quilômetros que está completando noventa e cinco anos de tradição, no grande espetáculo religioso que atrai milhares de munícipes e turistas de várias cidades. Neste sábado (31), as comitivas somarão mais de dois mil animais, entre cavalos, mulas, pôneis, a seguir o andor do santo cuja imagem será recebida em festa, por volta das dezoito horas, na entrada da cidade pela avenida São Sebastião, com espocar de fotos, aplausos e muita alegria.

Vitrine online entrevistou o vereador Pedrão da Água, por telefone, no momento em que se encontrava numa charrete na altura do Piaí.  Ele participa todos os anos da festa e integra a comissão que organiza tanto a partida quanto a chegada das comitivas. Parecia um menino a caminho de uma grande aventura. Falava sem parar, como se tivesse narrando ao vivo as cenas que presenciara desde a partida dos cavaleiros àquele momento.

“Estamos muito felizes. Esta é a maior festa de Ibiúna. O dia de sol ajudou. Foi uma partida linda. Esperamos na concentração as comitivas que vieram de diversos bairros, todos demonstrando uma alegria contagiante. Vem pra cá.”

De fato, a festa de São Sebastião é emocionante ao reunir milhares de pessoas pela fé. A cidade toda parece florescer de esperança, de companheirismo, de bem-aventurança. Há muitas histórias de milagres, pedidos atendidos e um congraçamento que torna as pessoas mais humanas e cordiais. Por tudo isso, vale todo sacrifício. Tem romeiro a pé, de bicicleta, de moto, a cavalo, de charrete, de carro. É hora de beleza também. Os cavalos parecem vestir-se de roupa nova e quanto mais vistosos mais orgulho conferem aos cavaleiros, os veículos decorados, as roupas coloridas, as bandeiras conferem um clima atemporal ao cortejo. Traz à memória a própria história da humanidade.

Quando o santo, seguido, por uma compacta multidão, chega à praça da Matriz, vive-se um momento de apoteose, brindado pelos dobrados do sino da igreja de Nossa Senhora das Dores, padroeira de Ibiúna, fogos, a banda musical. O povo ocupa todo o espaço da praça e fica atento à movimentação do andor que, a certa altura, é postado diante dos fiéis. Em seguida, é entronizado na igreja onde, na  lateral direita,  permanecerá, para a devoção popular, até terça-feira quando será levado de volta para sua capela no Sertão. No altar localizado na lateral esquerda fica o andor do Divino Espírito Santo, diante do qual as pessoas vão igualmente orar.

Além da novena, das missas, a festa em tributo a São Sebastião também tem sua parte profana, com a realização de diversos shows musicais tanto na praça da Matriz quanto na Área de Lazer.

 

 

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.