CONSEGUI ESCAPAR DA ‘OVERDOSE’ DE NOTÍCIAS SOBRE A COPA DO MUNDO
Um campeonato mundial de futebol é um espetacular acontecimento esportivo e extremamente popular. Mas talvez se exagere na massa dramática de informações despejada sobre a população. No que me diz respeito, estou me mantendo livre dessa ‘overdose’ intensa, contínua e indigesta de notícias sobre a Copa do Mundo, que se inicia nesta quinta-feira, dia 12 de junho. Juro não gastei tempo com informações, historietas românticas e sentimentais produzidas pelos produtores da programação esportiva em relação às equipes ou a jogadores em particular que habitualmente servem de emulação para esquentar a cabeça de milhões de torcedores.Sei, no entanto que são histórias muito apreciadas. Mas tem ainda a avalanche de material publicitário que parece nos enxergar como se fôssemos personagens-alvo de videogames.
Se o Brasil sagrar-se campeão, o atual governo certamente vai tirar proveito da situação, ligando esse êxito com uma vitória das eleições que se realizarão em outubro, como fazem os políticos que procuram tirar vantagem desses momentos em que a emoção se espalha pela nação. Se perder, haverá aqueles que lembrarão os bilhões investidos nos estádios, nas estradas do entorno, nos aeroportos. Diga-se de passagem, descontando os acidentes com mortes de trabalhadores, tem muita obra inacabada ou disfarçada por trás de tapumes coreográficos.
Sei que há movimentos querendo barrar, atrapalhar, dificultar, desmoralizar, enfraquecer o grande espetáculo futebolístico que é uma das maiores tradições brasileiras e torço, de verdade, para que haja bom senso tanto por parte desses caras, entre os quais se infiltram radicais inconsequentes, quanto do aparato policial e de segurança para que se evitem martírios num momento da história do País dedicado à alegria; afinal, esporte é uma das mais importantes atividades até mesmo na promoção das relações pacíficas entre as nações. Já disse em outro lugar, é muito melhor chutar uma bola do que a cabeça de uma pessoa. Além do que, a realização de exercícios faz muito bem para a saúde física e mental das pessoas.
Retorno à tendência inicial deste artigo: é simplesmente insuportável a quantidade de informações sobre o campeonato mundial de futebol que gera bilhões de reais como fato econômico e pretende ocupar por completo nossas mentes de humildes e de simples brasileiros trabalhadores. Nem arrisco, neste momento, cotejar a situação da saúde no País com o que foi investido na infraestrutura colocada à disposição das competições, pois pareceria que o autor dessas linhas não passa de um resmungão mal-humorado. Nada disso. Amo o Brasil. Joguei muito futebol e sempre acompanhei os jogos da seleção brasileira em muitas copas, sempre torcendo por nossa equipe. Ainda estou decidindo se vou assistir aos jogos do Brasil, é provável que sim, desde que não tentem me enfiar ouvidos adentro ou goela abaixo uma carga excessiva de informações, a maioria das quais apenas tentarão me manter hipnotizado, mas não vão conseguir.
Enfim, como sou apenas uma figura singular em meio a milhões de conterrâneos que pensam diferente de mim, concentro minha torcida para que tudo transcorra em paz e que o Brasil passe uma imagem internacional de um lugar civilizado. O risco é grande de nossa imagem sair arranhada. Nesta terça-feira, uma jornalista espanhola que está cobrindo as movimentações da seleção de Honduras no município paulista de Porto Feliz foi roubada por um taxista. Ela havia pedido para ele dar uma parada para comprar o lanche numa padaria e quando retornou o taxista havia sumido com todos os pertences da jornalista, incluindo passaporte e equipamentos fotográficos e de filmagem no valor de quarenta mil dólares. Felizmente, esse sujeito inescrupuloso que começa a nos envergonhar foi descoberto e preso pela polícia. Nós precisamos mostrar que somos anfitriões merecedores de acolher um evento tão relevante e capazes de garantir a segurança das pessoas. (C.R.)