DICA DE LEITURA – “STRESS EXISTENCIAL E SENTIDO DA VIDA”

Se você estiver estressado por que o Brasil perdeu de 7 a 1 para Alemanha e de 3 a 0 para a Holanda, não aguenta mais promessa de políticos que já estão pondo as asas de fora de olho nas eleições de outubro, descontente com sua cidade, com seu vizinho, com o trabalho, com a falta de dinheiro, p da vida com as dificuldades [algumas cruéis] da existência…

Eis uma dica de livro que pode, segundo as palavras do seu autor, Regis de Morais, contribuir para você  ultrapassar o sofrimento e ao mesmo tempo sentir esperança, o que já é um grande passo, porque não há nada que atrapalhe mais você do que a descrença em tudo.

Stress existencial e sentido da vida [Edições Loyola – 157 página], leitura fácil, procura abrir um cenário em que o leitor possa enxergar um sentido para a vida cotidiana. Sem um sentido, como indicaram filósofos religiosos, a vida fica áspera, dolorida, seca, amarga, sem rumo, desorientado, gerando toda sorte de transtornos de comportamento.

O prelúdio do livro é aberto com o desejo do poeta norte-americano Robert Frost, que em seu túmulo fosse escrita a frase “Aqui jaz um homem que viveu um caso de amor com a vida”.  Essa manifestação de anelo parece ter o dom de cobrir uma das piores coisas que aconteceram com os seres humanos: substituíram Deus pela razão e pela ciência e distanciaram-se do sagrado. Quando perceberam que ficaram incompletos  não souberam mais encontrar o caminho de volta.

Desorientadas num mundo materialista, as pessoas passaram a estranhar e a temer a Natureza da qual fazem parte. Em uma de suas peças o dramaturgo grego Sófocles põe na boca do coro: “Muitas são as coisas estranhas, nada, porem,/há de mais estranho do que o homem.”

Como não há para onde fugir do drama existencial, cabe a cada indivíduos responsabilizar-se conscientemente pela sua libertação do caos em que se transformou a sociedade moderna. O autor rememora um ponto importante da maneira como tem origem o sofrimento, considerando que o home é, ao mesmo tempo, um corpo e uma alma. Repete as palavras do psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung: “Um funcionamento inadequado da psique pode causar tremendos prejuízos ao corpo, da mesma forma que, inversamente, um sofrimento corporal pode afetar a psique [mente]; pois a psique e o corpo não estão separados, mas são animados por uma mesma vida. Assim sendo, é rara a doença corporal que não revele complicações psíquicas, mesmo quando não seja psiquicamente causada.”

Se há um lugar onde se pode aprender a lidar com os fatos [cômicos, trágicos ou trágicos] da vida esse lugar chama-se consciência. Tornar-se consciente é um passo fundamental para sair da prisão em que entramos adormecidos em algum momento.

O que é stress e causas

Stress [ou estresse, já aportuguesado] é uma síndrome que se caracteriza pelo “desgaste excepcional e geral da saúde psicossomática [mente e corpo]” Entre as principais causas do estresse se incluem situações de ambiguidade e insegurança, medo, perda de poder do indivíduo sobre sua vida cotidiana, irritações bruscas ou continuadas, estados de confusão ou de imensa felicidade – porque a intensidade das emoções positivas também pode provocar desgastes. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.