BRASIL FORA DA FINAL – FOI TUDO RÁPIDO, LOUCO E TRISTE

A saída da seleção brasileira da  final da Copa do Mundo nesta terça-feira foi rápida, louca e triste. Terá razão Júlio César ao declarar: “Não dá para explicar o inexplicável.” A única explicação lógica aceitável do que aconteceu pode se resumir no fato que que a Alemanha jogou melhor do que o Brasil e que o Brasil jogou pior do que a Alemanha. Fora isso, todos os narradores e comentaristas ficarão anos atrás de uma resposta que nunca virá. Jogo, por definição é imponderável. Quando um time ganha, outro perde. E agora, tristemente, foi a vez do Brasil.

Os 7 a 1 serão lembrados “eternamente” pela crônica esportiva. Será um prato digerido e servido para a imensa e apaixonada torcida brasileira. Humildes, jogadores como o próprio Júlio César e David Luis, entre lágrimas pediram desculpas aos brasileiros. É importante que nós os desculpemos também. O goleiro brasileiro disse que agora é “hora de voltar para casa, reencontrar a família” David Luis lamentou “não poder dar a alegria que esse povão brasileiro esperava”. Na partida, ele se esforçou notavelmente.

O que aconteceu naqueles vinte e pouco minutos foi como a passagem de um furacão: quatro gols numa sequência atordoante, diante dos olhos de bilhões de pessoas. Nem o técnico alemão acreditava no que estava acontecendo. Na verdade, ninguém, nem mesmo os próprios jogadores que atuavam sob seu comando. A coisa foi rolando incrivelmente. No começo do segundo tempo o Brasil esboçou um jogo melhor que, no entanto, somente em um ou dois momentos chegou perto de balançar a rede adversária. Em compensação, os jogadores alemães entravam fácil demais na área brasileira e, como numa pelada num campinho de futebol qualquer, faziam gols como uma brincadeira.

Pela primeira vez, a seleção brasileira foi vaiada e a torcida aplaudiu o time adversário, mostrando seu descontentamento, que foi bem menor do que a tristeza que tomou conta de todo o País com uma derrota tão espantosa.

De qualquer forma, o mundo real seria devolvido aos brasileiros a partir de segunda-feira, e o Brasil tivesse chegado à final no Maracanã. Agora começará o tempo sem Copa, de recolher o time, de “voltar para a casa” e acreditar que o resultado do jogo de hoje não foi nem será o fim do mundo. Mas temos o direito de nos sentir tristes, chorar e até de sentir um pouco de vergonha. Fomos, de fato, humilhados no campo na maior derrota que a seleção brasileira já sofreu em toda a sua história. (C.R.)

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.