CLAUDINO PILETTI LANÇA LIVRO COM TÍTULO PROVOCANTE: “LUZ PARA TOLOS”

Nada mais oportuno do que, neste tempo de eleições, o título do livro que acaba de sair do prelo – uma coletânea de crônicas – do professor-doutor em pedagogia Claudino Piletti, gaúcho de Bento Gonçalves e que reside em Ibiúna há longa data com a família: Luz para Tolos. Mas, homem de letras prolífico, assina também o novíssimo Muito além do seminário – Memórias a cinco vozes, um conjunto de autobiografias dele, do seu irmão Nelson, e de três ex-colegas do seminário, hoje homens feitos: Carlos Moraes, Augusto Ernesto da Silva e Antônio Dalpicol. O prefácio foi escrito pelo dr. Fernando Lucchese, também ex-seminarista e hoje famoso cardiologista no Rio Grande do Sul.

A escrita de Claudino é povoadíssima de citações de filósofos, psicólogos, escritores. Em Luz para Todos dá entrada, logo início, a Asimir Dalavigne: “Os tolos, desde Adão, estão em maioria” e a Thorton Wilder: “Noventa e nove por cento das pessoas do mundo são tolas e o resto de nós está em grande perigo de contágio,”. Para não deixar por menos, conclui essa crônica com Albert Einstein: “Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens.” Ainda em Luz para Todos, com cinquenta crônicas sobre a tolice, Piletti reflexiona em torno da pergunta: “Tolice tem cura?”, “Que eleitor sou eu?” ou, no limiar da eroticidade, “Ai que saudade das mãos das prostitutas”. Um fio de ironia percorre toda a obra multifacetária. A lista de cem afirmações inteligentes sobre a tolice, na terceira parte do livro, é leitura imperdível.

No Muito além do seminário, Piletti abre o livro de sua vida desde a mais remota infância, suas traquinagens, sua vida no seminário, a conquista de um prêmio em trabalho de filosofia em torno das idéias de Ortega Y Gasset, que lhe rendeu uma bolsa de estudos na Espanha, a partir de onde viajou para vários países europeus, depois de vencer uma crise de saudade do lar.

Ele descreve sua trajetória como uma “Longa jornada em busca do empate” e se inspira, entre outros, no famoso escritor e poeta português Fernando Pessoa: “Criança, era outro…/Naquele em que me tornei/Cresci e esqueci./Tenho de meu, agora um silêncio, uma lei. Ganhei ou perdi?”

Gremista e metafórico, tece sua narrativa como se cada episódio vivido, fosse uma partida de futebol, sendo o resultado da última delas um empate de 13 a 13. “Se meus empreendimentos não redundaram em gols, o empreendimento dos meus filhos Leonardo e Rafael, que estudaram administração, resultou num gol de placa. É mérito deles o sucesso alcançado pela consagrada Pizza Bar Pirandello. E a minha filha Ana Cristina, que estudou relações públicas e cursou o MBA, fez importantes gols no campo empresarial e, também, no de letras.”

Junto com sua mulher, Maria da Glória, também pedagoga, criaram em Ibiúna a Faculdade Paulista de Educação e Comunicação – Fapec, por sugestão de alunos e professores. “Éramos a melhor faculdade de educação da região”.[Há cerca de um ano foi vendida para o grupo Uniesp]. Piletti foi também um dos fundadores do jornal “Voz de Ibiúna”, em que publica crônicas.

Vitrine online sugere a leitura de ambos os livros:

Luz para Tolos – Claudino Piletti, Editora Letra e Vida, 150 páginas.

Muito além do Seminário – Memórias a cinco vozes – Carlos Moraes, Claudino Piletti, Nelson Piletti, Augusto Ernesto da Silva, Antônio Dalpicol, prefácio de Fernando Lucchese, Editora Letra & Vida, 244 páginas.

Carlos Rossini

Carlos Rossini é jornalista, sociólogo, escritor e professor universitário, tendo sido professor de jornalismo por vinte anos. Trabalhou em veículos de comunicação nas funções de repórter, redator, editor, articulista e colaborador, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, entre outros. Ao transferir a revista vitrine, versão imprensa, de São Paulo para Ibiúna há alguns anos, iniciou uma nova experiência profissional, dedicando-se ao jornalismo regional, depois de cumprir uma trajetória bem-sucedida na grande imprensa brasileira. Seu primeiro livro A Coragem de Comunicar foi lançado na Bienal do Livro em São Paulo no ano 2000, pela editora Madras.